em 29 de maio de 2023
“Ah, vamos veicular essa campanha no digital, assim os clientes vão nos encontrar direto na Google!” O profissional que não escutou essa frase nos últimos anos, muito provavelmente está fora do mercado.
Afinal, qual é o melhor local para veicular suas campanhas, na mídia online ou offline?
As empresas têm passado a investir boa parte da sua verba destinada para anúncios nas mídias sociais, enquanto os investimentos em anúncios em mídias tradicionais têm perdido a preferência.
76% dos anunciantes estadunidenses estão priorizando ferramentas de publicidade digital, enquanto 66% tem investido em plataformas de mídia social, de acordo com uma pesquisa realizada pela Emplifi, conduzida pela Forrester Consulting.
O que as marcas e negócios acabam ignorando ao optar por esse caminho é que para se tornar reconhecida diante do mercado e do público em geral, é preciso estar presente em todos os canais, é isso que agrega valor à marca e possibilita que sua “fama” corra.
Outro aspecto importante que se perde ao focar apenas em campanhas digitais é a expertise e o “jogo de cintura” humano, que é capaz de produzir campanhas brilhantes e empáticas, indo além daquilo que os algoritmos sugerem ou propiciam.
A lógica utilizada para justificar um intenso volume de investimentos em anúncios apenas no meio digital é de que: ao anunciar apenas para quem tem probabilidade de comprar o produto, o Custo de Aquisição dos Clientes (CAC) diminui, o que, além de ser mais assertivo no que diz respeito a rejeição do anúncios, também aumenta (ou aumentaria) o Retorno Sobre o Investimento (ROI) da campanha.
Assim como, o argumento para não investir em mídias tradicionais vem com o apelo: porque fazer publicidade para pessoas que nunca vão comprar o meu produto? Esse pensamento parece bem fundamentado, porém, uma marca não se consolida no mercado investindo apenas no público ideal.
“O valor e o significado de uma marca são construídos, em maior parte, no imaginário de pessoas que nunca vão comprar dela”. Essa declaração é de John Hegarty, executivo de publicidade internacionalmente renomado. Desde os anos 60, ele contribui para estabelecer a grandeza de grandes marcas, entre elas Audi e Levi’s.
Hegarty observa que a publicidade digital permite que marcas pequenas disputem com gigantes pela atenção de um público qualificado. Por outro lado, os anúncios em social mídia segmentados, por exemplo, não têm a possibilidade de capturar o imaginário de um país ou de tornar uma marca famosa de verdade.
O grande poder de uma marca vem do fato das pessoas saberem quem ela é: “a sua fama”. A reputação de uma marca entre o “grande público” vem de gente que nunca vai precisar ou, quem sabe, querer adquirir o seu produto ou serviço.
Sustentar um posicionamento global, de fato, fica mais difícil quando você investe apenas num público já segmentado, olhando para um perfil de cliente ideal (muita vezes, criado por meio de um cenário hipotético).
Os algoritmos dos anúncios segmentados criaram, portanto, uma dinâmica complexa: quanto mais você vende para uma mesma parcela do público, menos chance você tem de expandir o valor da sua marca e torná-la realmente famosa.
As grandes campanhas veiculadas em mídia offline e online estão se tornando uma exclusividade das grandes empresas, isso contribui não apenas para o domínio de mercado, mas para o monopólio da criatividade.
Criar campanhas que o estado, país e até o mundo inteiro acompanha, está se tornando uma arte em desuso, embora cada vez mais relevante.
Além de tudo que falamos sobre os anúncios digitais e offline, a omnicanalidade é muito importante pois muitas vezes, a pessoa que ouve rádio, não tem Instagram e vice-versa, e você, enquanto anunciante e/ou agência, não pode ignorar nenhum ponto de contato com seu prospect, certo?
As mídias sociais se tornaram um lugar onde as grandes e pequenas empresas podem competir dentro do mesmo espaço por engajamento e atenção do público. Mas, esses meios de comunicação, não atendem aos critérios necessários para criação de reconhecimento de marca.
Dentro dessa linha, a importância de uma comunicação omnichannel se destaca. A omnicanalidade, em português, é uma forma de integrar todos os canais de comunicação de uma empresa, visando remover uma série de barreiras entre ela e seus clientes e aumentar a frequência de exposição nos pontos de contatos que os clientes têm com a empresa.
Na prática, ela possibilita que o cliente possa decidir se quer consumir online ou não, pelas redes sociais ou pelo rádio, pela mídia exterior ou pela televisão. E independente do canal escolhido, a informação precisa chegar até ele da mesma forma.
Esse texto começou a ser produzido a partir de insights da newsletter Bring me data, com base no artigo da BBC.