em 10 de abril de 2024
O sound branding, identidade sonora ou marca sonora nada mais é do que o uso de sons para criar identificação entre ele e uma marca, produto ou serviço específico.
Por exemplo, é impossível ouvir o “Tara ta ta ta” e não se lembrar do McDonalds. Ou ou “TUDUM” e não se lembrar da Netflix.
O que significa marca sonora?
Essa é uma forma de relacionar uma marca à uma memória afetiva, principalmente durante o nosso dia a dia, já que os sons são capazes de despertar sentimentos e reviver lembranças.
A docente e pesquisadora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto, Sílvia Nassif, ressalta que a música é responsável por acompanhar praticamente todos os momentos ritualisticamente importantes em nossas vidas.
O exemplo acima deixou isso bem claro. A Coca-Cola trocou o tradicional “bep” do leitor de compras pelo sound branding da marca. Ao passar a bebida pelo caixa os clientes eram surpreendidos com o som e a expressão era de uma surpresa boa, o que os fez dar várias risadas sinceras.
E convenhamos, não dá para confundir o sound branding da Coca-Cola com outra coisa por aí. É um som que já está totalmente associado ao produto e que nós naturalmente o atrelamos.
E por mais que a duração dessa música seja de apenas três segundos, eles já são suficientes para aguçar nossos ouvidos e nos levarem ao subconsciente, reconhecendo a marca que é vinculada a este som.
Outro exemplo que deve te ter feito desbolquear muitas memórias é o som inconfundível da vinheta de abertura da Fox.
E assim somos capazes de reproduzir uma representação mental a partir do que escutamos. O ato de acompanhar um áudio é capaz de ativar o hipocampo, que é responsável pelas memórias, e o córtex frontal, que é responsável pelo planejamento dos comportamentos e tomadas de decisões.
Para criar uma marca sonora que de fato se encaixe com a sua marca ou produto, você precisa levar em consideração algumas características, como a melodia utilizada, notas, tom, timbre, escolha da voz, textura, sonoridade, dinâmica, o tempo dessa música, letra e o objetivo que quer imprimir no seu público.
Alguns sound brandings são mais alegres e outros melancólicos. Outros trazem o nome da marca, enquanto que outros formulam só a melodia.
A maior parte das marcas também vai atualizando seus slogans sonoros ao longo do tempo, como foi o caso da Renault.
E não tem uma regra a ser seguida, já que cada marca é singular. Tanto é que estamos acostumados a ver marcas que trazem slogans sonoros grandes e outros que são mais curtos.
Os jingles são exemplos de como o som também pode ser utilizado para alcançar o público e se fixar na mente do consumidor. Eles são peças publicitárias veiculadas em formato musical. Músicas “chicletes” produzidas especialmente para os comerciais, e que são facilmente memorizáveis.
Geralmente grande parte dos jingles e comerciais veiculados na TV e em redes sociais é assinado pelo sound branding da marca que está anunciando.
Sabe quando você assiste um comercial de bonecas e no final escuta um “Cotiplás, sempre um rostinho feliz”? Ou salva um Pin de algum usuário do Pinterest e ouve aquele som característico? Então, tudo isso é sound branding.
Todo o esforço voltado para que identifiquemos o produto através da sua marca sonora não é feito em vão e precisa ser muito bem estruturado para cumprir o objetivo.