Técnicas de storytelling: como aplicar em seu negócio

Saiba como utilizar as técnicas de storytelling para contar histórias com propósito, conexão e identificação.

Luiza Telexa

em 15 de dezembro de 2022

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    A comunicação assertiva é indispensável para as relações. A maioria das pessoas têm uma boa história ou uma ideia genial para contar, mas nem todos conseguem transmitir para outros.

    Você pode até ter a melhor das ideias, mas se não souber como comunicá-la a seu público, será só mais um em meio a um turbilhão de informações e não será lembrado pelos seus prospects.

    Contar histórias, daquelas que nos prendem a atenção do início ao fim, é a função das técnicas de storytelling.

    técnicas de storytelling

    Contar uma história de forma criativa, envolve muitos pontos além da narração em si, como a forma que ela será narrada, em qual ambiente, ou quais personagens estão envolvidos. Imagem: Leadster /Reprodução: Mídia Market

    Golden Circle como ferramenta de storytelling

    Você já parou para pensar como há empresas que são mais inovadoras, ousadas e inspiradoras do que outras? Se sim, talvez muitos exemplos tenham lhe vindo à mente, mas o que destaca essas marcas frente as outras, são suas motivações para existir.

    Na prática, a ferramenta do círculo dourado serve para te auxiliar no planejamento estratégico. Você precisa entender os pontos do: “o quê, como e por quê” para conseguir transmitir ao consumior os estímulos de sua campanha, produto ou serviço.

    O chamado “Golden Circle”, ou Círculo Dourado, em português, é um conceito formulado pelo autor, palestrante e especialista em liderança e gestão Simon Sinek.

    Para o cunhador do termo, o Golden Circle foi formulado visando sistematizar e executar um novo método que visa impactar positivamente o consumidor.  Imagem: Reprodução/ Mídia Market

    Foi tentando desvendar o método de sucesso de nomes como Martin Luther King, irmãos Wright e Apple, que conseguiram e ainda conseguem convencer inúmeras pessoas interessadas por seus produtos e serviços, que Sinek concluiu alguns fatores que levam uma marca a se diferenciar da concorrência.

    A Apple, por exemplo, sempre traz campanhas que ressaltam seu compromisso de auxiliar o consumidor por meio da tecnologia. A grande maçã não vende iPhones ou Macbooks, mas sim experiências, histórias e superação.

    • O primeiro passo do Golden Circle está centrado no porquê da criação de um negócio. Para Sinek, antes de abrir uma empresa, um empresário deveria pensar em produtos e serviços nas quais as pessoas possam se identificar.
    • O segundo passo se baseia no “como” e considera os esforços que uma empresa está fazendo para alcançar seus novos consumidores, estamos falando do seu plano de ação.
    • Já o terceiro e último passo é o “o quê”, onde é definido o que o seu negócio faz ou vende.

    O foco deve ser sempre no “por quê” e por último no “o quê”, ou seja, seus produtos e serviços são importantes, mas devem estar em último plano quando comparados com o objetivo do seu negócio.

    Como diria Howard Schultz, CEO do Starbucks, “não estamos no ramo de café para servir pessoas, estamos no ramo de pessoas para servir café”, revelando como o propósito do negócio antes de vender a bebida, era se conectar com as pessoas.

    Como utilizar as técnicas de storytelling

    É aqui que entra em cena a importância das técnicas de storytelling para a transmissão de mensagens. O storytelling é uma sigla em inglês formada pela junção das palavras “story”, que quer dizer história, e “telling”, que significa contar, ou seja, a arte de contar histórias por meio de palavras, imagens, sons ou vídeos.

    Técnicas de Storytelling

    Essa técnica é essencial para envolver o seu público através de narrativas fluidas que o levem a engajar e se conectar com seu produto ou serviço. Imagem: Reprodução/iStock

    Falar da importância do storytelling para estratégias de marketing de conteúdo pode ser até “chover no molhado. Mas, na prática, será que conseguimos utilizá-la com propósito correto? Já que, sua premissa é provocar sensações, despertar sonhos e cultivar experiências.

    Nós, humanos, nos recordamos de histórias 22 vezes mais do que de fatos e números. Uma narrativa bem estruturada pode aumentar as taxas de conversão do seu negócio em 30%, segundo o “Relatório de inteligência do Sebrae”.

    Nesse artigo separamos dicas de como fazer uso dessa estratégia, os três pilares que compõem a arte de contar histórias, como aplicar em seu negócio e exemplos de storytelling em empresas. Imagem: Reprodução/ iStock

    Se você não tiver nenhuma experiência nesse campo ou ainda estiver no processo de aperfeiçoamento das técnicas de storytelling, calma! Elencamos os principais elementos para te ajudar a incluir esse método nas suas campanhas. 

    Os quatro elementos das técnicas de storytelling 

    Afinal, o que seria uma história? Conforme o dicionário “a sucessão de fatos ou acontecimentos”. Para criar uma história cativante não existe fórmula mágica ou uma receita a ser seguida, mas há alguns pontos importantes na construção de uma narrativa, e eles são: mensagem, ambiente, personagens e conflito.

    Mensagem

    A mensagem é o objetivo central de um discurso. Ela é a responsável por deixar um legado para o público. Sabe a moral da história que as fábulas que ouvíamos traziam no final? Pois bem, essa é a mensagem que elas queriam deixar.

    Quando pensamos na história da lebre e da tartaruga, qual é a mensagem que vem à nossa mente? Que devagar se vai longe, sendo preciso determinação para alcançar objetivos, não é mesmo?

    O Boticário conseguiu fazer isso muito bem ao contar a história de um senhor que recebeu um transplante de coração e pôde comemorar o Natal, ainda que longe de sua família, mas perto da família daquele que lhe deu a oportunidade de continuar vivendo.

    Ao ter uma história em mente para contar a seu público, pense na mensagem que você quer deixar para eles. E embora se passe muito tempo, ela ainda se mantenha com o propósito intacto.

    Ambiente

    O ambiente é o lugar em que sua história acontece. Localidades ajudam a criar conexões com o público, sejam eles fictícios ou reais. Alguns autores são extremamente detalhistas e exploram recursos do ambiente para enriquecer a narrativa.

    Para ter noção de como o ambiente influencia na narrativa, pense em lugares como Hogwarts, Nárnia ou a Terra Média, é impossível não associá-los a suas respectivas histórias.

    A plataforma 9¾, localizada em Londres, se tornou uma grande referência para os amantes da história de Harry Potter. Imagem: Reprodução/iStock

    Mas, nem só de localidades fictícias se vive, um exemplo de cenário imortalizado pela cinematografia foi o bairro Montmartre em “O fabuloso destino de Amélie Poulain” e as ruínas de Petra em “Indiana Jones”.

    Na própria publicidade podemos perceber a importância das técnicas de storytelling que o ambiente carrega para contar histórias. Trouxemos um exemplo da Natura que veiculou a campanha “A natureza está falando”, para mostrar como o ambiente Amazônico precisa ser cuidado.

    Personagem

    Quem será o guia da sua história? O responsável por atingir algum objetivo e gerar identificação com o seu público? Isso tudo depende do personagem ou dos personagens que serão os companheiros do seu prospect ao longo da narrativa.

    Cena do filme e livro deste personagem marcante que conquista multidões, como o Pequeno Príncipe. Imagem: Reprodução/ iStock

    Um personagem bem construído gerará percepções em seu público, fará com que ele queira vivenciar as aventuras e os dilemas existentes e prenderá o consumidor na história por muito mais tempo.

    Conflito

    O conflito dá sentido e fluidez à jornada do personagem. O que está em jogo? Quais são os desafios que ele precisa enfrentar no caminho para chegar ao objetivo final que parece inalcançável? São esses entraves que não deixam a história cair na monotonia.

    Filmes como Procurando Nemo, Frozen e Shrek retratam muito bem a chamada “jornada do herói”, elemento que confere eloquência à narrativa.

    Como aplicar em seu negócio?

     1. Product placement

    Product placement, nada mais é do que a introdução natural, porém estratégica, de marcas em programas de TV, filmes, séries, realities shows, músicas e outras produções.

    O vídeo abaixo traz 10 exemplos de product placements que foram inseridos em filmes e fizeram o maior sucesso. É comum observarmos a presença de marcas sendo utilizadas por nossos personagens favoritos durante pontos da história. 

    2. Mídias sociais

    O storytelling nas redes sociais ajuda a contar narrativas por meio das publicações. Sejam elas posts, stories ou até mesmo lives.

    No post abaixo a Prefeitura de Florianópolis aproveitou o trocadilho com o seriado “A Grande Família” para contar a história de uma família de cachorros que estão disponíveiss para a adoção.

    3. Branded Content

    O branded content é o conteúdo sobre uma marca, no bom e velho português. Depois que a publicidade foi amplamente difundida surgiu a necessidade de inovar as formas de abordar o consumidor.

    Aqui destacamos a importância das marcas que criam histórias para comunicar seus propósitos e valores. Empresas que fazem uso de ações de Branded Content para dar vida e voz à personalidade da marca e assim, conseguem sensibilizar o público com mais autenticidade.

    A Oral B conseguiu fazer isso por meio da campanha “Compare, Comprove, Complete” com o apresentador Rodrigo Faro. No comercial é possível ver uma boca passando por diversas situações do dia a dia (storytelling), e ao final de todas elas a solução é fazer o uso do Oral B Complete para manter a saúde bocal e o hálito em dia.

    4. Cultura pop

    Outro recurso que auxilia a gerar conexão com o público é ver uma personalidade que admiramos usando um produto que gostamos muito ou que estávamos em dúvida sobre consumir ou não. Ou até mesmo, conferir aquela referência cultural, pop ou do cinema durante uma campanha publicitária, como no case abaixo do McDonald’s.

    Antes de desistir por achar muito complexo aplicar esse tipo de técnica, lembre-se que até os grandes escritores precisam aperfeiçoar sua escrita ao longo dos anos. J K Rowling foi rejeitada 12 vezes até fechar seu primeiro contrato com uma editora, e nem mesmo a rejeição a impediu de aprimorar seu material enquanto a aguardada publicação não chegava.

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