em 9 de março de 2023
Para quem escuta o termo pela primeira vez, cenas de guerra devem vir à mente. Mas, afinal o que seria esse tipo de marketing? Se você pensou em uma luta travada entre as marcas, a resposta também está errada.
Por mais que pareça cômico, a resposta é não. O marketing de guerrilha é uma estratégia publicitária não convencional, cujo o objetivo é chocar ou impactar o público, sem interrompê-lo em suas atividades diárias.
Na prática as marcas utilizam abordagens diretas, em lugares públicos, que possuem grande movimentação de pessoas, já que o marketing de guerrilha possui a intenção de gerar o efeito multiplicador.
No vídeo acima, a Pepsi fez uso dessa estratégia em uma campanha com o recurso da realidade aumentada para alcançar quem transitava pelo no local.
Esse termo foi importado da Guerra do Vietnã, por causa dos soldados vietnamitas do norte, que utilizavam táticas criativas e métodos incomuns para atrasarem e superarem seus adversários: os vietnamitas do sul, que possuíam bem mais recursos que eles.
Criado em 1984 pelo executivo de publicidade John Conrad Levinson, o marketing de guerrilha representou uma mudança de chave na publicidade, que até então ficava reservada apenas aos veículos tradicionais (televisão, rádio e jornal impresso) passou a alcançar o marketing digital e viral.
Uma das principais premissas do marketing de guerrilha é ser eficaz com um orçamento baixo. Mas, precisamos ressaltar que essa não é uma verdade absoluta e tudo depende da campanha em si.
Afinal, um orçamento baixo para uma empresa de médio porte, pode não representar pouco orçamento para uma grande corporação. Imagem: Reprodução/ iStock
Além disso, uma ação que utiliza poucos recursos, de fato será mais barata, mas essa não é a realidade de todas as marcas, já que muitos dos exemplos mais famosos de marketing de guerrilha que encontramos, partem de ações grandiosas que demandam sim, muito investimento.
Esse é um local para você se divertir, ser criativo e colocar em prática aquelas ideias muitas vezes consideradas inusitadas, mas sem destoar do objetivo que a sua marca busca, é claro.
O marketing de guerrilha também é uma ferramenta para obter insights, pois após a sua marca ser exposta para o público, é possível acompanhar as reações das pessoas e descobrir a impressão que elas possuem da marca.
O famoso marketing boca a boca é um fator fundamental para o marketing de guerrilha. Imagem: Reprodução/iStock
Outra vantagem dessa estratégia é a viralização, já que essa ação pode ser compartilhada nas mídias sociais, tanto por iniciativa da marca, quanto por iniciativa do público.
E dependendo do resultado que essa campanha alcançar, futuras parcerias podem aparecer com o local no qual a publicidade ficou exposta, por exemplo. Ou com festivais, eventos e até mesmo, outras marcas.
Por mais que uma campanha de marketing de guerrilha seja muito bem planejada, ainda sim, ela corre certos riscos. Como o mau tempo, que pode interferir na circulação das pessoas ou na exposição da obra, dependendo do local escolhido.
Ou tensões políticas, que muitas vezes se refletem no comportamento da sociedade e no espaço geográfico que elas frequentam.
Estar atento ao contexto social do ambiente em que a sua publicidade será exposta, é uma dica valiosa. Imagem: Reprodução/iStock
Ao colocar uma campanha publicitária em ambientes públicos, você precisa ter em mente que a sua marca estará exposta a uma variedade de pessoas que possuem opiniões diversas, o que significa que tanto reações positivas, como negativas podem surgir.
Esteja preparado para enfrentar possíveis críticas.
Dependendo do resultado da campanha e das rotas que ela tomar, você pode ter problemas legais. Mas calma, geralmente isso acontece com marcas que apostam no marketing de emboscada, que não é uma estratégia lícita.
Uma boa campanha de marketing de guerrilha promove a marca e gera (muito) awareness para a mesma.
Além de proporcionar uma experiência real para os consumidores, que amam interagir com as marcas pelas quais são apaixonados, isso faz com que eles se sintam parte da ação.
Tornar o público parte da campanha é essencial para o marketing de guerrilha. Imagem: Reprodução/ iStock.
Nem toda ideia de guerrilha precisa ser ultra revolucionária, às vezes uma ideia simples, mas inteligente e bem executada te faz alcançar resultados que não seriam possíveis sem o auxílio do amplificação que o marketing de guerrilha traz.
Separamos alguns exemplos de estratégias de guerrilha diferentes umas das outras, mas que trouxeram resultados. Para te mostrar que não existe um caminho único e absoluto, já que estamos lidando com a criatividade.
A cantora Anitta , que sempre se destaca por suas estratégias de marketing pouco convencionais, utilizou o marketing de guerrilha para divulgar seu projeto, “Xeque-Mate”.
A produção da cantora espalhou peças de xadrez gigantes por cidades como Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro que chamaram a atenção do público na manhã seguinte.
A ação foi exposta para divulgar o primeiro single da cantora em inglês, “Will I See You”. Imagem: Reprodução/ Anitta
Muito antes de anunciar qualquer informação sobre o lançamento, a cantora incitou a curiosidade de muitas pessoas com a ação.
A Fox Sports criou a “Sala do silêncio”, uma experiência que colocou cinco torcedores do Flamengo reunidos em um espaço, onde eles poderiam assistir a final de um campeonato contra o Corinthians e ainda concorrer a R$ 100.000,00.
Até aí tudo parecia bem, mas havia um grande porém: eles não poderiam falar nada, nenhuma palavrinha sequer, se não perdiam todo o dinheiro.
Durante os primeiros minutos o grupo conseguiu conter a emoção, mas depois do time rubro-negro marcar o primeiro gol, nenhum deles conseguiu segurar o grito de campeão.
Perderam o dinheiro, mas levaram o título. A iniciativa rendeu boas risadas e a repercussão dessa iniciativa incomum e criativa ganhou a simpatia do público nas redes sociais.
A Bauducco investiu na adesivação de linhas de metrôs da capital paulista, nas linhas de ônibus da capital carioca, que levam a população até o Rock in Rio e sampling em vôos da GOL para divulgar sua nova campanha, “O indescritível sabor de Bauducco Choco Biscuit”.
Ônibus envelopado pela Bauducco para levar o público ao Rock in Rio. Imagem: Reprodução/ Promoview
Só as linhas que vão até o maior espetáculo de Rock do Brasil alcançaram mais de 100 mil pessoas. Durante todo o trajeto, os passageiros eram impactados pela marca, que trouxe a simulação de uma caixa de choco biscuit em sua adesivação.