89% dos brasileiros confiam em marcas que apoiam causas sociais

Cada vez mais consumidores estão apoiando e confiando em marcas que apoiam causas sociais. Entenda a importância de se aliar!

Ane Lima

em 8 de agosto de 2024

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    Os consumidores estão cada vez mais atentos ao impacto social das empresas. E o apoio das marcas a causas sociais tornou-se uma estratégia essencial para fortalecer sua identidade e criar conexões genuínas com o público.

    Ao se engajarem em iniciativas que promovem o bem-estar social, ambiental e econômico, as marcas não apenas demonstram responsabilidade e empatia, mas também constroem um valor de longo prazo, ganhando a confiança e a lealdade dos consumidores.

    Jovens, voluntários em caixas de carregamento uniforme em van. Marcas que apoiam causas sociais fazem isso.

    Esse alinhamento entre propósito e ação permite que as marcas transcendam o simples comércio, tornando-se agentes de mudança positiva na sociedade. Imagem: Reprodução/ iStock

    Marcas pelo Rio Grande do Sul

    Um exemplo que pode ser observado foi o das fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul desde o mês de abril. A catástrofe climática devastou áreas e provocou mudanças no mapa da região.

    Causada por intensas chuvas, as inundações ganharam grande repercussão nas mídias sociais e sensibilizaram o Brasil afora.

    Essa foi uma oportunidade para que muitas marcas se mostrassem apoiadoras de seus consumidores nesse momento tão difícil. Não só da boca para fora, mas sim pela empatia e valores que movem as ações de um negócio.

     

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    A Intimus, por exemplo, se solidarizou com a situação e como parte das ações, em apoio às vítimas na região, doou produtos para higiene íntima.

    E se a sua marca não apoia causas sociais, saiba que ela está perdendo não só consumidores, mas também a confiança deles.

    Um relatório produzido pela Data-Markers em parceria com InPress, sobre a atuação das marcas no Rio Grande do Sul, revelou o que o público pensa a respeito da atuação desses conglomerados em situações como essas.

    Qual é o papel das empresas em tragédias como a do Rio Grande do Sul?

    • 95% dos brasileiros acreditam que as marcas devem ajudar as vítimas em tragédias como a do Rio Grande do Sul.
    • 60% alegam que as empresas não têm nenhuma responsabilidade, mas poderiam ajudar.
    • 35% alegam que as empresas têm responsabilidade e devem ajudar.
    • Para 5% as empresas não têm nenhuma responsabilidade, nem obrigação de ajudar avaliam que a atuação das marcas é excelente.

    Qual é o impacto que o apoio às vítimas exerce na propensão a admirar ou consumir uma marca?

    • 89% dos brasileiros passam a admirar uma marca que apoia vítimas em casos como o do
    • Rio Grande do Sul.
    • 87% dos brasileiros passam a comprar mais de uma marca que apoia vítimas em casos como o do Rio Grande do Sul.
    • 70% dos brasileiros estão dispostos a pagar mais caro por marcas que tiveram uma atuação positiva nos eventos do Rio Grande do Sul.
    • 79% dos brasileiros passariam a comprar de uma marca que rejeitam caso ela tivesse uma atuação positiva em eventos como o do Rio Grande do Sul.

    Afinal, como as marcas podem ajudar?

    Quando perguntados a respeito de suas preferências a respeito de como as marcas podem ajudar, a maioria respondeu que gostaria de doações de alimentos e materiais médicos, seguido de mobilização de voluntários para atuar nas áreas afetadas, doações em dinheiro e de produtos das marcas.

    • 85% – Doações de alimentos, roupas e materiais médicos.
    • 60% – Mobilização de voluntários para atuar nas áreas afetadas.
    • 56% – Doações em dinheiro.
    • 52% – Doações de produtos da marca.
    • 46% – Destinação de parte dos lucros de vendas de produtos e serviços.
    • 44% – Contratação de colaboradores das áreas afetadas.
    • 44% – Utilização da expertise das empresas, como por exemplo, o apoio logístico e de transporte às vítimas
    • 38% – Divulgação de entidades governamentais ou do terceiro setor para destinação das doações.
    • 38% – Criação de novos produtos e serviços para suporte aos necessitados, como por exemplo produtos financeiros, seguros e linhas de crédito.

    Qual é o custo da inércia na responsabilidade social?

    E se manter uma posição de atuação frente a esses acontecimentos é importante, para quem não se posiciona, a balança também tende a pesar.

    Segundo o estudo, 3 em 4 brasileiros passam a ter sentimentos negativos por marcas que não tomam atitudes.

    Entre as gerações, a Geração X é a que mais leva esse fator a sério, com 81% de sentimentos negativos em relação a marcas que mantém a inércia quando ocorrem tragédias como essa.

    Grupo multirracial de voluntários sorri e bate palmas.

    Decidir se vai ou não comprar de marcas que apoiam causas sociais é um fator que o público leva em conta. Imagem: Reprodução/ iStock

    76% dos brasileiros responderam que deixariam de comprar sua marca preferida se ela não tomasse uma atitude em relação a tragédias como a do Rio Grande do Sul. E 67% dos passam a rejeitar uma marca que não se posiciona em casos como esses.

    Quando perguntados em relação ao nível de rejeição dos consumidores e como eles penalizam marcas que exploram a tragédia em benefício próprio, as respostas foram:

    • 62% passaram a rejeitar a marca.
    • 57% evitam comprar tudo dessa marca.
    • 32% reclamam da marca para rede de relacionamento, incluindo amigos e parentes.
    • 27% reclamam da marca nas redes sociais.
    • E para 7%, nada muda.

    Mais da metade dos brasileiros rejeita e deixa de comprar de marcas que exploram tragédias em benefício próprio.

    Pessoas pintando parede de construção.

    Cada vez mais consumidores estão apoiando e confiando em marcas que apoiam causas sociais. E se a sua marca não apoia causas como essas, elas podem estar perdendo um grande público. Imagem: Reprodução/ iStock

    Os consumidores não gostam quando as marcas aparecem apenas em momentos inoportunos e incorporam isso como um bem social. 90% dos americanos afirmaram estarem mais propensos a confiar e permanecerem leais a empresas que tentam fazer a diferença.

    Os estudos também mostraram que 88% do público compraria um produto com benefício social ou ambiental. Surpreendentes 84% alegaram que contariam a amigos e familiares sobre esses esforços de uma empresa.

    Como as marcas podem se posicionar então?

    Diante de situações como essas, não dá para negar que a visibilidade é um ponto de grande importância.

    As marcas são agentes públicos, com atuações públicas, voltadas para o público. É normal esperar que elas se posicionem frente a desastres socioambientais e contribuam de alguma forma para amenizar as mazelas causadas por isso.

    E ao colocar uma ação de benefício coletivo em prática, as marcas não só possibilitam que seus consumidores sejam beneficiados, mas mostram a outras marcas a importância da atuação em momentos tão delicados como esses.

    A Ambev, por exemplo, parou sua produção de cervejas para envasar água potável em latinhas e enviar para a população do Rio Grande do Sul.

    @metropolesoficial Um gaúcho registrou sua gratidão à #Ambev pela doação de água à população do #RioGrandedoSul afetada pelas enchentes. No vídeo bem-humorado, o homem brinca e agradece: “Ambev, que atitude nobre: água pra gente do Rio Grande do Sul. Você já tem o meu fígado, e agora tem o meu coração, viu, Ambev? I love you” comenta o #gaúcho, enquanto mostra uma das latas de água distribuídas pela empresa. A Ambev, responsável por 69% da produção de cerveja do Brasil, decidiu interromper a produção da bebida alcoólica em uma fábrica no RS e iniciar a produção de água potável em latas, que estão sendo distribuídas gratuitamente à população do estado. #TikTokNotícias ♬ som original – Metrópoles Oficial

    A Hope passou a doar peças de roupas íntimas e se colocou como um ponto de coleta para higienização desses materiais.

    As Farmácias São João passaram a distribuir medicamentos de uso contínuo de forma gratuita nos municípios sul-rio-grandenses. E a Azul Linhas Aéreas organizou uma operação comercial para receber e transportar doações ao Estado.

    As marcas também podem explorar essa base de consumidores por meio da mídia social, já que 64% dos millennials usam as mídias sociais para contatar empresas sobre questões sociais e ambientais.

    E 36% dos consumidores dizem que compartilham conteúdo principalmente para promover causas com as quais se importam.

    Por outro lado, a sua marca precisa tratar e se envolver nesse assunto de forma genuína e autêntica, pois o consumidor sabe quando você não está sendo verdadeiro.

    Parecer se importar para apenas surfar em cima dessa “onda” é causewashing e isso não vai cair nada bem entre o seu público.

    Causewashing é um termo utilizado para descrever organizações, instituições públicas ou privadas que não adotam a prática pregada em seus discursos.

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