em 14 de outubro de 2024
O live shopping ou live shop é um modelo de vendas ao vivo, geralmente transmitido via plataformas de streaming ou redes sociais, onde marcas e vendedores apresentam produtos em tempo real, permitindo que os consumidores comprem durante a transmissão.
Esse formato ganhou força na China, com plataformas como Taobao Live – do grupo Alibaba, e tem se expandido globalmente por meio de plataformas como Instagram, TikTok e YouTube, oferecendo às marcas uma nova forma de engajamento com o público.
Esse é um formato relativamente novo que insere uma tendência chinesa com grandes possibilidades de alcance e faturamento para os varejistas no mercado.
As lives ganharam muito destaque e popularidade na pandemia, onde o distanciamento social reformulou as formas de interação. E foi nesse cenário que o live shopping, a venda de produtos online, encontrou espaço no Brasil.
A transmissão em tempo real que já existia, se fortaleceu e deslanchou como uma das principais formas de faturamento dos vendedores online que fazem uso dessa prática, já que ela pode gerar uma taxa de conversão de seis a dez vezes maior do que as vendas tradicionais por e-commerce.
Um estudo da VTEX também destacou um crescimento na frequência das transmissões ao vivo, mostrando que 364 lives foram realizadas no Brasil durante o primeiro semestre de 2023, com uma duração média de 71 minutos por evento.
Os apresentadores são influencers que expõem o produto, mostrando todas as suas funcionalidades. O público faz perguntas através do chat e é respondido imediatamente.
Essa praticidade de poder tirar dúvidas é um ponto importante na jornada de compra do consumidor, além de tornar o atendimento mais humanizado.
Os espectadores podem fazer perguntas e receber respostas imediatas dos apresentadores, geralmente por meio de um chat ao vivo. Isso cria uma conexão direta e mais pessoal entre a marca e os consumidores.
A Mimo Live Sales é uma startup de live shopping com uma proposta muito bem definida: a de ser um “shopping virtual” e reunir várias lives na mesma plataforma, além de promover e impulsionar marcas que queiram trabalhar com esse formato.
A plataforma conseguiu revolucionar a maneira como as live shops eram transmitidas no Brasil, importando o modelo chinês de sucesso. Atualmente a Mimo já realizou mais de 130 lives commerces, e tem em sua clientela marcas como a C&A, Blue Bird, P&G, Bayer, Arezzo e Dolce & Gabbana.
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Os produtos são demonstrados ao vivo, o que permite que os consumidores vejam detalhes de uso, vantagens e aplicações. O apresentador pode fazer exposições, testar o produto e até dar dicas exclusivas de uso.
A We Pink, marca de cosméticos de Virgínia Fonseca e Samara Pink, é um exemplo de empresa que apostou no live shop e saiu bem.
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A estratégia de oferecer produtos a preços atrativos, aliada à popularidade das fundadoras, atraiu uma audiência expressiva. O engajamento do público durante a transmissão foi notável, resultando em um faturamento de cerca de R$ 14,9 milhões em 12 horas de transmissão.
Muitas vezes, são oferecidos descontos exclusivos, brindes ou ofertas por tempo limitado para incentivar a compra durante a live.
A live realizada pela Cimed para promover o hidratante labial Carmed BFF, que contou com a participação de Larissa Manoela e Maísa Silva, na campanha de divulgação, bateu recorde de vendas no mercado farmacêutico.
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Em 20 minutos, a marca reuniu 8 mil pessoas e vendeu cerca de R$ 40 milhões em hidratantes labiais.
O live shop normalmente está vinculado a uma plataforma de vendas, permitindo que os consumidores comprem diretamente da transmissão, com links ou botões direcionando para o checkout.
Além da venda em si, muitas marcas adotam um formato de entretenimento, com apresentadores carismáticos, jogos, desafios ou conteúdos interativos, tornando a experiência mais divertida e atraente.
É comum que influenciadores ou celebridades apresentem esses eventos ao vivo, utilizando sua influência para atrair público e aumentar as vendas.
O processo de compras via live shopping (ou live commerce) funciona de maneira fluida e direta, permitindo que os consumidores façam compras enquanto assistem a uma transmissão ao vivo, sem precisar sair da plataforma.
Ao clicar nos links de compra, o consumidor é direcionado ao checkout, onde pode finalizar a compra. Em algumas plataformas, o pagamento é feito diretamente sem interromper a visualização da live.
Após a compra, o processo de entrega é similar ao de uma compra tradicional de e-commerce, com o produto sendo enviado diretamente ao consumidor.
O mercado chinês é o pioneiro e maior no setor de live shopping. Em 2022, o live commerce na China movimentou cerca de $480 bilhões, e plataformas como Taobao Live dominam esse mercado.
Em datas específicas como o Singles’ Day, o maior evento de compras online do mundo, vendas em live commerce chegam a gerar bilhões de dólares em um único dia.
Em 2020, o influenciador Li Jiaqi (conhecido como “Rei dos Batons”) vendeu $1,7 bilhão em produtos durante uma única live no Singles’ Day.
Nos EUA, o live commerce ainda está em crescimento, mas já mostrou grande potencial. Em 2021, o mercado de live commerce nos EUA gerou cerca de $11 bilhões, e espera-se que atinja $35 bilhões até 2024. Empresas como Amazon, com seu serviço Amazon Live, estão explorando esse segmento.
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No Brasil, o live commerce também está em ascensão, se destacando como o segundo maior mercado, ficando atrás apenas da China, segundo o relatório da McKinsey. Grandes varejistas como Magazine Luiza, Americanas e Via (Casas Bahia) adotando essa estratégia.
Em 2021, as lives do Magalu, por exemplo, chegaram a bater recordes de vendas. Na Americanas, durante uma live específica, o apresentador Felipe Neto ajudou a movimentar R$7,5 milhões em vendas em poucas horas.
Para se ter uma ideia do poder dessas lives, o Taobao, do Grupo Alibaba, faturou em 2020, cerca de 120 bilhões de dólares através do live commerce.
Esses dados mostram o imenso potencial do live commerce, que combina entretenimento e compras de forma fluida, criando uma nova experiência para os consumidores e gerando grandes volumes de vendas para as marcas.
O live shop é prático e simples. O seu cliente entra na live e resolve todas as dúvidas sobre o produto ou serviço, ao vivo.
Você consegue um canal direto de comunicação com o consumidor e oferece retorno rápido para dúvidas que são decisivas no processo de decisão de compra, como a forma de pagamento, disponibilidade do produto, descontos, tamanhos e modelagem, por exemplo.
O consumidor garante a melhor experiência de compra possível e o lojista diminui seu percentual de trocas e coleta insights importantes para o seu negócio.
O formato é totalmente consumer first, ou seja, o foco está na experiência de quem está consumindo.
Ao longo da live, o produto pode ser demonstrado no cotidiano. Dúvidas podem surgir, como “Será que essa calça vai ficar boa com uma blusa de corte x?” Ou “esse fogo tem a chama média ou alta?”
As possibilidades são inúmeras e até as dúvidas que normalmente não são tiradas no momento da compra presencial, podem ser exploradas em uma live de vendas.
No live shop seu espectador consegue conferir em tempo real a riqueza de detalhes e as particularidades do produto em que está interessado.
É possível estar no conforto de casa, ver um aspirador ultra moderno deixar o chão perfeitamente limpo em segundos e conseguir adquirir um igualzinho, sem mover mais que os dedos.
No live shop, a junção “conteúdo” mais “vendas” precisa fazer sentido. Para capturar a atenção do seu público é importante entregar valor. Se for para viver uma experiência igual a uma ida até a loja física, a live não faz sentido.
Aproveite para explorar todas as possibilidades através de conteúdo sobre os itens. A utilização de influenciadores é uma ótima ferramenta para a atração de pessoas, por exemplo.
De acordo com a Mimo Live Sales, nada melhor para trazer as pessoas até uma live do que entretenimento. Depois que ela tiver entrado para participar, cabe ao varejista entregar o maior valor possível ao participante.
É isso que vai te ajudar a manter seu espectador grudado na transmissão e prestando atenção em todos os detalhes. Uma vez que você o entretém com conteúdo de valor, mais chances você tem de convertê-lo em um consumidor e amante da sua marca.
A Amazon, por exemplo, apostou em uma estratégia diferenciada em que seis influenciadores ficaram confinados na Casa Black Friday, que estava recheada de produtos da gigante do e-commerce.
O público, por meio de enquetes no Twitter, decidiu os destinos dos participantes, com tudo sendo transmitido ao vivo, 24 horas por dia.
Comprar diretamente do conforto de casa pode ser um fator determinante para as compras por impulso, por exemplo.
Essa é mais uma vantagem do live shopping: comodidade. Seu cliente pode fechar uma compra em segundos.
A loja de departamentos, C&A, por exemplo, realizou uma live shopping com a participação de Vivian Amorim, que contou com vários produtos.
Durante a transmissão era possível reagir aos produtos, bater papo ao vivo com os desenvolvedores e comprar com apenas um clique.