em 4 de janeiro de 2024
O FOOH ou Fake out of home é uma técnica que utiliza computação gráfica para simular ativações de mídia exterior.
Casos recentes de ativações despertaram a curiosidade do público nos mais diversos ambientes e formatos. A boneca gigante da Barbie que saía da caixa e caminhava ao lado do Burj Khalifa, em Dubai, é um exemplo disso.
Barbie gigante em 3D choca fãs em Dubai e vídeo viraliza; assista – https://t.co/pNNbGPNaSV pic.twitter.com/Igvu1Bl51h
— Folha de Pernambuco (@folhape) July 25, 2023
Essa é a nova onda da publicidade gerada através da computação gráfica. Em um primeiro olhar, grande parte do público acredita ser verdade.
É daí que vem o alto engajamento e a rápida viralização, mas basta olhar com mais atenção para perceber que se trata de CGI, o que não tira o encantamento da peça.
O termo foi criado pelo artista digital Ian Padgham, que faz vários trabalhos deste formato. Em uma criação desenvolvida para a Maybelline, um trem recebe uma “passada” de rímel ao chegar à estação. Em outro momento, podemos ver rímeis suspensos sobre o centro de Nova York e até mesmo enrolados no Empire State.
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O sucesso obtido pela Maybelline reverberou tanto, que a Kylie Cosmetics decidiu surfar na mesma onda do CGI.
Aqui no Brasil as marcas não ficaram para trás e logo investiram no Fake out of home. Uma delas foi a Natura, que aproveitou o lançamento da sua nova fragrância, o Kaiak O2, para trazer o oceano para a cidade e criar uma peça virtual que simulava um aquário dentro de um prédio na cidade de São Paulo.
A linha de produtos para os cabelos criou uma peça que trazia uma réplica de um óleo reparador em tamanho gigante, envolto por um prédio espelhado.
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Já a Adidas trouxe calçados gigantes para a cidade de São Paulo, que dividiam o trânsito da capital com os veículos tradicionais.
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A marca de luxo optou por uma estratégia semelhante à da Adidas, ao colocar bolsas nas ruas de Paris. Enquanto o sinal abre, as bolsas disputam lugar na pista junto aos automóveis.
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Uma caneca gigante da cerveja Spaten também andou pelas ruas da cidade de São Paulo.
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Apesar da técnica inovadora, é preciso reconhecer os limites do Fake out of home quanto à sua criação, afinal, até onde vão seus limites?
Por se tratarem de imagens e vídeos muito realistas, as marcas e as agências são obrigadas a esclarecer que estas se tratam de práticas geradas a partir de computação gráfica.
Uma inserção que levou parte da comunidade publicitária a se questionar a respeito de quais eram as delimitações da FOOH foi a de uma peça da Disney, para divulgar a segunda temporada da série Loki.
É sempre bom lembrar que o consumidor não gosta de ser enganado ou se sentir enganado. E mesmo que a intenção de uma empresa não seja essa, avisar nunca é demais, para não sair por baixo.
Por outro lado, há quem sai em favor dessa que está surgindo como uma nova forma de criar publicidade. Para Kirsty Hathaway, diretora executiva de criação da Joan London, pouco importa se eles são reais ou não, desde que nos levem a sentir algo.
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Afinal, qual é o objetivo de uma publicidade, senão levar o outro a sentir? E como levar as pessoas a sentirem algo, senão através da criatividade? O que fazer para vender mais e o que fazer para que as pessoas não tirem o nome da sua marca ou do seu produto da boca?
A resposta para todas essas perguntas irá variar de uma marca para a outra, sobretudo, pela estratégia de cada uma. Mas o FOOH pode ser uma alternativa para essas interrogações.
Para a diretora, não há necessidade de menosprezar o trabalho do Fake out of home. Um ótimo trabalho é um ótimo trabalho, seja ele colocado no papel ou não e o debate principal deve estar na valorização de um grande trabalho e da criatividade imputada sobre aquele processo de criação.
E embora tudo seja novo, as questões envolvendo o FOOH ainda irão longe, dos dois lados, tanto de quem defende, quanto do lado de quem discorda.