em 7 de junho de 2024
Existem muitas coisas que vendem bem. Mas se existe algo que vende muito bem, é o esporte. Seja a publicidade nas Olimpíadas, Copa do Mundo ou em qualquer outro evento que mova multidões.
A conexão com o esporte vai muito além de estádios, quadras, pistas e ginásios. Esse é um vínculo emocional que reúne pessoas em torno de uma mesma paixão e vibração, como exemplifica muito bem o vídeo abaixo, produzido pelo perfil oficial do Rio 2016.
E para as marcas, isso não é diferente, ter a chance de se conectar com seus consumidores em momentos como esse é uma oportunidade que não pode ser perdida.
E quando falamos de esporte, não dá para se esquecer do maior evento esportivo do mundo, os Jogos Olímpicos, que esse ano terão Paris como palco.
Apesar da relação das marcas com as Olimpíadas ser regulamentada por regras estritas estabelecidas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para proteger a integridade e os valores dos Jogos Olímpicos, a publicidade de marcas nas Olimpíadas é possível, mas está sujeita a diversas restrições e normas.
Em 1928, por exemplo, para quem já era nascido, foi possível acompanhar o primeiro duelo no marketing olímpico na cidade de Amsterdã, capital da Holanda, protagonizado por Coca-Cola e Heineken.
Na época a Coca-Cola montou alguns quiosques e distribuiu algumas unidades do produto. Eles combinaram essa ação com uma campanha que incluía um slogan impactante, “a pausa que refresca”, e utilizaram algo parecido com um outdoor próximo à entrada do Estádio Olímpico, além de distribuir pins. Uma fórmula de sucesso que permanece eficaz até hoje!
Já a Heineken, fez um avião sobrevoar o estádio lotado e escreveu com fumaça no céu que ela era a cerveja da Olimpíada. Anúncios mostrando a marca no pódio em primeiro lugar também reforçaram a ação, que foi, sem dúvida, um grande sucesso.
Quem estava presente viu e foi impactado pelas ações, e quem não estava soube depois. E se a história foi bem contada, o impacto pode ter sido ainda maior sobre aqueles que ouviram falar dela do que sobre os que estavam em Amsterdã.
Essa conexão entre marcas e esportes tem trazido retornos desde a época em que foi implementada pela primeira vez, até os dias de hoje.
Os Jogos Olímpicos são uma plataforma poderosa e única para marcas que buscam aumentar sua presença global, envolver consumidores e criar conexões significativas.
A Visa, por exemplo, com sua longa história de patrocínio olímpico, mostra como uma associação estratégica com esse evento pode ser transformadora.
Para marcas que desejam seguir o exemplo da Visa, Paris 2024 representa uma oportunidade para inovar, engajar e se destacar em um mercado altamente competitivo.
No entanto, é crucial considerar se essa associação é adequada para o posicionamento e os objetivos da sua marca. O evento oferece uma chance de se conectar com um público diversificado e apaixonado, aproveitando a cobertura global e o aumento das interações digitais.
Pense em como sua marca pode se integrar autenticamente ao espírito olímpico e desenvolva campanhas que vão além da simples exibição de logotipos. Seriam essas exibições peças publicitárias em formato de vídeo? Campanhas out of home? Inserções programáticas que usam influenciadores? Ou quem sabe o uso do marketing de experiência?
As possibilidades são muitas e você pode considerar criar experiências interativas, parcerias estratégicas e conteúdos exclusivos que possam capturar a imaginação dos consumidores. O Banco do Brasil, por exemplo, é apoiador do Time Brasil há algum tempo.
Por outro lado, se os Jogos Olímpicos não se alinharem perfeitamente com sua estratégia de marketing, existem muitos outros eventos que podem oferecer oportunidades semelhantes de visibilidade e engajamento.
Cada evento tem seu próprio público dedicado e pode servir como uma plataforma eficaz para campanhas de marketing criativas e impactantes.
Em um mundo onde a transformação digital está redefinindo as interações e o engajamento, estar presente nos momentos certos pode fazer toda a diferença para sua marca.
Portanto, pergunte-se: os Jogos Olímpicos são o palco ideal para sua marca? Se sim, como você pode começar a se preparar agora para maximizar essa oportunidade? Se não, quais outros eventos podem ser a plataforma perfeita para contar a história da sua marca e se conectar com seu público de maneira significativa e duradoura? A resposta a essas perguntas pode determinar o próximo grande passo no seu plano de marketing.
As marcas podem se tornar patrocinadoras oficiais dos Jogos Olímpicos através de programas de patrocínio, como o Programa de Parceiros Olímpicos (TOP), que é o nível mais alto de patrocínio global e inclui marcas como Coca-Cola, Visa e Samsung.
Estes patrocinadores têm direitos exclusivos para associar suas marcas aos Jogos Olímpicos e usar os símbolos olímpicos em suas campanhas.
Além dos patrocinadores globais, existem patrocinadores nacionais que apoiam os comitês olímpicos nacionais e os Jogos Olímpicos em um país específico. Esses patrocinadores têm direitos limitados àquele território.
A Regra 40 do COI restringe a publicidade de atletas e suas associações com marcas não patrocinadoras durante um período específico dos Jogos Olímpicos. Isso é feito para proteger os interesses dos patrocinadores oficiais.
No entanto, houve flexibilização recente para permitir que os atletas reconheçam certos patrocinadores pessoais sob condições estritas.
O uso dos anéis olímpicos, mascotes, slogan e outros símbolos oficiais é estritamente controlado. Somente os patrocinadores oficiais têm permissão para usar esses elementos em suas publicidades.
Nos locais de competição e nas transmissões oficiais, apenas os patrocinadores autorizados podem exibir suas marcas. Isto significa que a publicidade de marcas não patrocinadoras é proibida dentro dos estádios e nas transmissões ao vivo dos eventos olímpicos.
Algumas marcas tentam criar associações com os Jogos Olímpicos sem ser patrocinadoras oficiais, através de campanhas publicitárias que aludem aos Jogos, sem usar símbolos protegidos.
No entanto, o COI monitora e combate ativamente essas práticas para proteger os direitos dos patrocinadores oficiais.
As marcas frequentemente patrocinam atletas individuais ou equipes para aumentar sua visibilidade durante os Jogos, desde que essas parcerias respeitem as regras estabelecidas, especialmente a regra 40.
A fabricante japonesa de automóveis Nissan esteve presente nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016. Naquele período, patrocinar o evento esportivo foi uma das táticas utilizadas para consolidar sua marca entre os brasileiros e apresentar o SUV Nissan Kicks ao mercado global.
E para aproveitar toda a atmosfera de Jogos Olímpicos, a Nissan criou um desafio chamado “Quem se atreve?”, com o intuito de criar uma experiência única para o cliente. Mas não estou falando de um teste drive no carro não, estamos falando de nada mais, nada menos, de um salto de bungee jump.
Ser um patrocinador oficial dos Jogos Olímpicos oferece vários benefícios para as marcas, entre eles:
Os Jogos Olímpicos são um dos eventos esportivos mais assistidos no mundo, oferecendo uma enorme plataforma global.
Associar-se aos valores olímpicos de excelência, amizade e respeito pode melhorar a imagem e a reputação da marca.
As ativações de marcas e campanhas publicitárias durante os Jogos podem aumentar significativamente o engajamento do consumidor.
Em resumo, enquanto a publicidade de marca nas Olimpíadas é possível e pode ser extremamente benéfica, ela é altamente regulamentada para proteger os interesses dos patrocinadores oficiais e manter a integridade dos Jogos Olímpicos.