em 25 de janeiro de 2023
A inteligência artificial ou “IA” é uma inteligência executada por máquinas e sistemas, criada para executar tarefas que são, normalmente, associadas a inteligência humana.
O uso da inteligência artificial no marketing também pode ser uma mão na roda para as empresas, se usada de maneira assertiva e prudente.
As tecnologias que pertencem à esfera de atuação da IA são “aprendizado de máquina, processamento de conhecimento, hardware de IA, computação evolutiva, processamento de linguagem natural, visão computacional, reconhecimento de fala e planejamento/controle”.
Essa divisão foi registrada pelo Escritório de Patentes e Marcas dos Estados Unidos (USPTO).
A produtividade das empresas pode ser melhorada em até 40% ao utilizarem a IA, segundo a Accenture. Esse é um ponto que merece destaque, pois sabemos que existe uma discussão em torno desse ponto, alguns afirmam que as ferramentas de IA eliminarão alguns postos de trabalho ocupados por humanos.
O uso da IA em estratégias de CRM (gestão de relacionamento com o cliente), por exemplo, é prova de como as empresas podem se beneficiar dessa tecnologia ao automatizar algumas tarefas, que até então, eram de preenchimento manual e analógico.
A Alibaba criou a “FashionAI”, uma loja física em Hong Kong que faz uso da inteligência artificial para tornar a experiência de compra do cliente mais simplificada e agradável.
Espelhos inteligentes, sensíveis ao toque, transmitem na tela informações a respeito da peça escolhida, além de sugerirem outros itens que representem ótimas opções para complementar a vestimenta.
Todo o ambiente é equipado com etiquetas inteligentes que detectam quando as roupas são tocadas ou movidas de lugar, além de um sistema de rastreamento com identificação por radiofrequência.
Através de códigos de rastreamento, a tecnologia permite que cada código de peça de roupa venha com informações referentes ao tamanho do produto e cores disponíveis.
Conhecer o seu cliente a fundo é preciso. Saber sua idade, gênero, preferências e interesses, além da localização, são alguns dos critérios que podemos utilizar para criar uma base de consumidores segmentados qualificada.
Já com o auxílio da inteligência artificial é possível escalar dados em abundância, tornando todo esse processo mais ágil e as segmentações mais eficazes.
A Unilever, em parceria com a Ben & Jerry’s, utilizou inteligência artificial para impulsionar suas campanhas de marketing. O conglomerado possui 26 centros de coleta de dados, escuta social, CRM e marketing tradicional, espalhados em todo o mundo e usou essas informações para identificar tendências entre seus consumidores.
Uma das tendências descobertas, que é um tanto curiosa, foi a opção de algumas pessoas de tomar sorvete no café da manhã. Ao encomendar uma pesquisa na categoria “sorvetes”, a marca descobriu, inclusive que, empresas como a Dunkin Donuts já serviam sorvetes ao longo da manhã, para atender a esse público.
Os algoritmos de IA constaram a existência de mais de 50 músicas que mencionam os termos “sorvete no café da manhã”.
Depois de muita pesquisa e planejamento, o resultado não poderia ser outro: o lançamento de uma linha de sabores de sorvetes de cereal voltados para o café da manhã.
Dois anos após o feito, empresas da concorrência perceberam o sucesso e também começaram a produzir sorvetes com a temática de café da manhã. Além desse case, a Unilever utiliza inteligência artificial para recrutar seus colaboradores.
Ao navegar pelo site de um e-commerce e receber sugestões de produtos que são justamente o que procuramos, é de aquecer o coração. Isso é o reflexo de nossas intenções de buscas, o que também é um mecanismo de inteligência artificial.
Pois a base de dados que o algoritmo transporta é essencial para direcionar a comunicação de uma marca, reduzir custos e potencializar a conversão, uma vez que você entende quais são os itens pelos quais o seu cliente mais se interessa.
59% dos consumidores relataram sentir a influência da personalização no momento da compra. E para mostrar como essa customização de campanhas está sendo empregada, trouxemos o case do Amazon Personalize.
O Amazon Personalize é um serviço de aprendizado de máquina totalmente automatizado que gerencia os dados dos usuários e faz recomendações de itens a seus clientes.
Outro exemplo de personalização que trouxemos é interessante para quem é ouvinte de áudio nas plataformas digitais. Você só precisa dizer o que gosta e a inteligência artificial faz uma playlist personalizada para você.
Estamos falando do PlaylistAI, um aplicativo que usa a IA para criar playlists personalizadas conforme aquilo que você quer ouvir.
O uso da inteligência artificial em estratégias de marketing antecipa o próximo passo do cliente, tornando a jornada de compra mais assertiva e eficaz.
76% dos clientes já desejam que as empresas tenham uma compreensão clara de suas expectativas pessoais, de acordo com a Salesforce.
Ainda que algumas coisas pareçam ficção, a IA está mais presente na nossa realidade do que nunca. Em 2018, 29% dos líderes de marketing usaram inteligência artificial, índice que pulou para 84% em 2020 (Salesforce).
Além de economizar tempo e dinheiro, essa é uma tecnologia que te permite oferecer experiências com mais qualidade para o prospect. A produtividade de uma empresa pode ser melhorada em 40% ao utilizar a IA, segundo a Accenture.
A Starbucks é um exemplo de empresa que implementou inteligência artificial em sua estratégia ao utilizar análise preditiva para fornecer recomendações personalizadas a seus clientes.
A empresa faz isso por meio do cartão fidelidade e aplicativo móvel para coletar e analisar dados de clientes. Essa é uma forma de registrar e analisar cada ponto de contato físico e digital, para saber o que os clientes querem e assim alocar recursos que atendam essas necessidades.
Assim, os cientistas sabem qual é o café que você bebe, sua preferência de sabor, o horário e local em que comprou. E quando essas informações são combinadas com os demais dados, uma base de insights extremamente relevante e forma, assim fica muito mais fácil de oferecer um serviço realmente personalizado.
Esse é um trabalho que vai muito além de enviar mensagens de aniversário para os clientes, mas também de oferecer sugestões de produtos quando eles se aproximam geograficamente de uma loja da empresa, por exemplo.
A Starbucks também utiliza a estratégia internamente, interligando os dados de estoque da loja, a fim de enviar mais trabalhadores para filiais que estejam com demandas maiores que o normal e para evitar que produtos que estejam à venda faltem ou deixem o consumidor na mão.
Empresas que realizam análise preditiva podem aumentar em até 21% ano a ano sua receita, sem essa análise o número cairia para 12%, segundo a Aberdeen.
Tenho certeza que você já ouviu falar em ChatGPT, e se ainda não ouviu, te aconselho a experimentar essa ferramenta, assim que terminar de ler esse conteúdo.
Inclusive, o briefing deste texto que você está lendo foi construído pela inteligência artificial do ChatGPT.
O ChatGPT nada mais é do que um robô virtual (chatbot) criado a partir de redes neurais artificiais sendo treinado com grande capacidade de armazenamento de dados. Ele foi desenvolvido pela OpenIA, uma empresa fundada em 2015 por Sam Altman e Elon Musk, que se desligou da mesma em 2018.
Uma das principais vantagens do ChatGPT é o auxílio que ele proporciona na comunicação escrita, mas ele também representa uma ótima oportunidade para que as empresas elaborem conteúdos de marketing, utilizem como uma ferramenta de aprendizagem, brainstorming, pesquisa e análise.
Também desenvolvida pela OpenIA, o DALL-E, é um gerador de imagens por inteligência artificial, que tem deixado muita gente de cabelo em pé, no bom e no mal sentido.
Olhe bem para essas duas imagens. Você sabe dizer o que elas têm em comum?
Bem, e seu eu te disser que elas não são reais, você acreditaria? Nenhum desses animais existe, as imagens foram criadas por um gerador de imagens via inteligência artificial, o DALL-E.
O nome da ferramenta foi criado a partir da justaposição do nome do pintor “Salvador Dalí” e o personagem animado “WALL-E”.
Como essas imagens são criadas? Basicamente, tudo o que você puder descrever em texto para a plataforma, será criado. Uma das últimas atualizações publicada pela DALL-E revelou que também é possível criar a partir de uma imagem que já exista ou até mesmo mudar partes delas.
Imagine só o potencial criativo que esse produto possui. Recentemente a revista “Cosmopolitan” exibiu em seu exemplar a primeira capa de revista gerada 100% por inteligência artificial. O processo de criação e a fase de testes durou dias até que eles chegassem ao almejado resultado.
Um fato curioso sobre tudo isso é que a imagem que estreou na capa da revista, não era o projeto inicial. O plano piloto, na verdade, era outro, que não saiu como o esperado, o que nos faz refletir que apesar de toda a inteligência, o DALL-E não pode criar sem o auxílio de uma (ou várias) mentes humanas.
Depois de muitas mudanças, o produto final superou as expectativas e ficou digno de estampar a primeira folha.
Siri, Google Assistente, Alexa, e VALL-E. Sabe o que todas essas tecnologias têm em comum? Se você pensou em inteligência artificial, acertou.
No clássico desenho “The Jetsons”, o personagem Elroy possuía um computador que o ajudava com o dever de casa, respondendo perguntas e até contas matemáticas.
Tudo isso parecia coisa de filme mesmo, mas quem diria que os assistentes virtuais estariam tão presentes no nosso dia a dia como nesse desenho futurístico.
Já faz um tempo que o universo do áudio é digital. Ferramentas como Siri, Google Assistente e Alexa respondem mensagens, criam calendários, rotinas, atuam como lembretes, executam ações como tocar playlists, ligar e desligar as luzes de casa, abrir as cortinas e muitas outras possibilidades.
E tudo isso é reflexo da IA. Recentemente a Microsoft mesclou aprendizado de máquina e renderização de vozes para criar a VALL-E, uma assistente treinada com mais de 60 mil horas com áudio em inglês e 7 mil vozes da biblioteca de áudio da Meta.
O que tem atraído grande parte dos olhares do mercado de tecnologia, uma vez que a própria tecnologia poderia narrar uma vinheta comercial, por exemplo.
É claro que quando falamos do uso da tecnologia, falamos de equilíbrio. A sociedade pode até se espantar ao perceber que a voz humana pode ser substituída pela voz de um robô, mas se traz conforto precisamos ressaltar que a voz humana é insubstituível.
Como já mencionamos, a inteligência artificial não veio para substituir os postos de trabalho humanos, afinal ela não existe sem o esforço humano. Mas uma coisa é certa, ela já entrou para o jogo, e veio para potencializar nosso trabalho.
Essa é outra ferramenta que a IA nos proporcionou que eu tenho certeza que você já teve acesso. A pandemia impulsionou o reconhecimento facial já que os usuários conseguiam manter as medidas higiênicas e não precisavam sair de casa para identificarem suas identidades.
O mercado de reconhecimento facial deve ultrapassar até 2025, os 120%, gerando um faturamento superior a US$ 4 bilhões, de acordo com um estudo realizado pela Juniper Research.
O metaverso é uma tecnologia futurística que busca mesclar realidade virtual e realidade aumentada. De modo que as pessoas estejam inseridas em um espaço virtual, que replique atividades da vida real delas em dispositivos digitais.
E a inteligência artificial também tem atuado dentro desses espaços para trazer mais otimização às empresas. A Bauducco, por exemplo, faz uso da IA e da realidade aumentada para diminuir a distância entre as unidades da empresa no Brasil e os técnicos das máquinas que são em grande parte, italianos.
Quando há algum problema com as máquinas, o colaborador ou gestor da empresa coloca o óculos de realidade aumentada e utiliza o software do celular para transmitir os sons e as imagens ao técnico que está em outra localidade.
O técnico ao ter acesso às imagens e ao som identifica o problema e pede para o próprio colaborador solucionar, em casos que se trata de apertar algum botão ou gerar alguma manivela. Diminuindo custos, tempo de deslocamento e de máquina parada, em situações menos complexas.
Apesar dos muitos benefícios, sabemos que do outro lado da moeda, a inteligência artificial não é para todos, ou nem todas as ferramentas que surgem provenientes dela, são para todos.
Uma coisa é certa, já falamos e vamos ressaltar: ela precisa ser usada com equilíbrio e consciência de seu potencial.
Um dos pontos que tem gerado discussões em torno dessa tecnologia diz respeito aos direitos autorais.
Recentemente um grupo de artistas, entre eles a agência de fotografia “Getty Images”, se uniu para processar judicialmente a Stability.AI, por infringir os direitos de propriedade intelectual e os direitos autorais em conteúdo.
Recentemente um grupo de artistas, entre eles a agência de fotografia “Getty Images”, se uniu para processar judicialmente a Stability.AI, por infringir os direitos de propriedade intelectual e os direitos autorais em conteúdo.
A Stability.AI foi acusada de copiar e processar ilegalmente várias imagens protegidas por direitos autorais. Em nota, a Getty Images diz apoiar o processo criativo de geradores de imagem por inteligência artificial, como o trabalho que a Lensa, o aplicativo que cria avatares realísticos que bombou nas redes sociais, faz.
Porém, para que esse treinamento dos sistemas de criação seja feito dentro dos conformes, deve ser feita uma solicitação junto dos bancos de imagens ou dos detentores dos direitos autorais e de propriedade, o que não ocorreu.
Essa é uma situação que ainda se desenrolará nos tribunais, mas uma coisa é certa, dependendo do resultado, poderemos ver ou não, mais medidas judiciais sendo tomadas.
Como tudo o que é bom dura pouco, a tendência é que em breve essas ferramentas gratuitas de inteligência artificial lancem versões pagas ou se tornem totalmente pagas.
Esses acabarão se tornando recursos que não serão acessíveis para toda a sociedade, até porque seu custo de implementação e manutenção é alto.
A inteligência artificial também enfrenta seus desafios, não é absoluta e pode falhar, assim como qualquer as máquina. Além disso, ela pode reproduzir preconceitos devido a sua base de dados abrangente e que reflete comportamentos disponíveis ao redor de toda a internet.
A sociedade pode cair no círculo vicioso de acreditar que a inteligência artificial veio para superar nossa capacidade humana e o uso da tecnologia sem a ética vai arruinar essa relação entre relacionamento e aprendizado de máquina.