em 5 de julho de 2022
Live commerce são transmissões ao vivo voltadas para a venda de produtos. Um formato relativamente novo que traduz uma tendência chinesa com grandes possibilidades de alcance e faturamento para os varejistas.
As lives ganharam muito destaque e popularidade na pandemia, onde o distanciamento social reformulou as formas de interação. E foi nesse cenário que a live commerce, a venda de produtos online, encontrou espaço no Brasil.
Live commerce apresentam taxas de conversão maiores do que as vendas tradicionais em lojas online. Imagem: Reprodução/Istock
A transmissão em tempo real que já existia, se fortaleceu e deslanchou como uma das principais formas de faturamento dos vendedores onlines que fazem uso dessa prática, já que ela pode gerar uma taxa de conversão de seis a dez vezes maior do que as vendas tradicionais por e-commerce.
A primeira transmissão de live streaming ocorreu direto de um Centro de Pesquisa de Xerox em Palo Alto, na Califórnia, e transmitiu o show de uma banda local. Vale ressaltar que nesse momento, as ferramentas para a transmissão e para a sintonização da audiência eram bem limitadas, e a quantidade de pessoas atingidas por essas lives era bem restringida.
A live streaming se expandiu e alçou novos voos, pousando no e commerce. Foi na China que o live commerce despontou. No início as vendas online eram transmitidas por meio de um canal televisionado de vendas, até que o live commerce chegasse a se tornar a febre que conhecemos hoje.
Para se ter uma ideia da dimensão do poder que a live sales tem hoje, o Taobao, do grupo Alibaba, faturou em 2020, cerca de 120 bilhões de dólares, resultados de vendas convertidas por meio do live commerce.
Prático e simples: o seu cliente entra na live e resolve todas as dúvidas sobre o produto/serviço, ao vivo. Você consegue um canal direto de comunicação com o seu cliente e oferece retorno rápido para dúvidas que são decisivas no processo de decisão de compra, por exemplo: forma de pagamento, disponibilidade do produto e descontos, tamanho, cores, caimento e modelagem (no caso de roupas, por exemplo).
O consumidor garante a melhor experiência de compra possível e o lojista diminui seu percentual de trocas e coleta insights importantes para o seu negócio.
Por exemplo, se em uma transmissão com 100 consumidores interessados em seus produtos, uma mesma pergunta sobre o modo de usar um determinado item se repete, talvez esteja na hora de adicionar essa informação a descrição do item em seu site.
O formato é totalmente consumer first, ou seja, o foco está na experiência de quem está consumindo.
Ao longo da live, o produto pode ser demonstrado no cotidiano. “Será que essa calça vai ficar boa com uma blusa de corte x?” “Esse fogo tem a chama média ou alta?” As possibilidades são inúmeras e até as dúvidas que normalmente não são tiradas no momento da compra presencial, podem ser explorados em uma live de vendas.
Um bom exemplo de experiência costumer first é o “review” realizado pela Americanas. Por meio de lives semanais realizadas diretamente do app, a varejista se uniu a influenciadores para divulgar produtos. Imagem: Reprodução/ Americanas
Na live streaming seu espectador consegue conferir em tempo real a riqueza de detalhes e as particularidades do produto em que está interessado. Estar no conforto de casa, vendo um aspirador ultra moderno deixar o chão perfeitamente limpo, em segundos, e conseguir adquirir um igualzinho, sem mover mais que os dedos.
No live commerce, a junção “conteúdo” mais “vendas” precisa fazer sentido. Para capturar a atenção do seu público é importante entregar valor. Se for para viver uma experiência igual a uma ida até a loja, a live não faz sentido.
Aproveite para explorar todas as possibilidades através de conteúdo sobre os itens. A utilização de influenciadores é uma ótima ferramenta para a atração de pessoas, por exemplo. De acordo com a Mimo Live Sales, nada melhor para trazer as pessoas até uma live do que entretenimento. Depois que ela tiver entrado para participar, cabe ao varejista entregar o maior valor possível ao participante.
É isso que vai te ajudar a manter seu espectador grudado na transmissão e prestando atenção em todos os detalhes. Uma vez que você o entretém com conteúdo de valor, mais chances você tem de converter esse telespectador em consumidor e amante da sua marca.
Amazon apostou em uma estratégia diferenciada: 6 influenciadores ficaram confinados na Casa Black Friday, que estava recheada de produtos da gigante do e-commerce. Os espectadores puderam acompanhar e participar da transmissão. Imagem: Reprodução/ Dia Estúdio
Comprar diretamente do conforto de casa pode ser um fator determinante para as compras por impulso, por exemplo. Essa é mais uma vantagem do live commerce: comodidade. Seu cliente pode fechar uma compra em segundos.
Segundo um levantamento da Neotrust, empresa responsável pelos números do e-commerce brasileiro, o Brasil registrou um faturamento de mais de 161 bilhões de dólares em 2021, e esse número só tende a crescer.
A loja de departamentos, C&A, realizou uma live shop com mais de 200 produtos que estavam em promoção na campanha de Dia das Mães. Durante a transmissão era possível reagir aos produtos, bater papo ao vivo com os desenvolvedores e comprar com apenas um clique.
Pioneira no ramo na América Latina, a Mimo Live Sales é uma startup de live commerce, a proposta deles é ser um “shopping virtual” e reunir várias lives na mesma plataforma, além de promover e impulsionar marcas que queiram trabalhar com esse formato.
A plataforma conseguiu revolucionar a maneira como as live shops eram transmitidas no Brasil, importando o modelo chinês de sucesso. Atualmente a Mimo já realizou mais de 130 lives commerces, e tem em sua clientela marcas como a C&A, Blue Bird, P&G, Bayer, Arezzo e Dolce & Gabanna.