em 12 de junho de 2024
Fazer publicidade é mágico, não é mesmo? Esse é um campo fértil para uma série de ideias, capazes de nos fazerem rir, emocionar e até mesmo arrancar suspiros.
Mas e quando uma marca erra? O que fazer? Essa é uma situação que pode causar muita aflição e deixar muito gestor sem cabeça. Mas o fato é que as marcas precisam estar preparadas para lidar com situações como essas.
Às vezes uma boa intenção sai pela culatra e é preciso pedir desculpas por anúncios infelizes. E até mesmo para as marcas mais experientes, em algum momento será preciso pedir desculpas.
Recentemente a Apple lançou a campanha “Crush!”, promovendo seu novo iPad Pro e dividiu opiniões.
Produzido internamente, o filme retrata diversos objetos associados à criatividade humana, desde instrumentos musicais até livros, bem como obras de arte, sendo destruídos por um compressor.
Se de um lado a marca tentava mostrar o potencial da nova tecnologia, do outro, muita gente demonstrou descontentamento com a falta de consideração dos objetos que aparecem no vídeo.
Everybody hated That Apple Ad but the Japanese REALLY hated it. I’ve never seen so many upset Japanese ppl commenting on a single thread: pic.twitter.com/OyAOl37ilr
— Angelica 🌐⚛️🇹🇼 (@AngelicaOung) May 8, 2024
Quando todos os objetos são destruídos, sobra apenas o novo iPad Pro, que a empresa afirma ser o mais fino de todas as gerações já lançadas.
Logo, muitas pessoas, especialmente aquelas que trabalham com criatividade, reagiram negativamente ao anúncio, interpretando a mensagem como tecnologia suprimindo a criatividade humana.
A influência da inteligência artificial sobre as ideias e realizações humanas é um tema amplamente debatido tanto na indústria da comunicação quanto na sociedade em geral.
As empresas têm um papel significativo na sociedade e suas ações, incluindo anúncios, refletem essa responsabilidade.
Anúncios infelizes podem propagar estereótipos, preconceitos ou mensagens insensíveis, afetando negativamente grupos de pessoas e perpetuando até mesmo, em alguns casos, injustiças sociais.
Um exemplo do que não fazer foi observado em uma campanha do Burger King, que precisou retirar o criativo do ar após críticas e pressão externa.
Após massacre nas redes sociais, Burguer King retira do ar propaganda com ex-ator pornô que comparava sanduíche ao tamanho de seu pênis
Depois da repercussão negativa, o BK apagou o vídeo do ex-ator pornô Kid Bengala. A rede alegou que preferiu retirar a propaganda do ar para… pic.twitter.com/YcOnuuglhq
— Fernanda Salles (@reportersalles) February 15, 2024
A inserção trazia Kid Bengala, ex-ator pornô para divulgar a campanha “Exagero” do sanduíche Whopper. No comercial Kid dizia ser um especialista em “tamanho”, o que fazia alusão ao órgão genital masculino.
“Falta de imaginação” e “perderam 100% a mão na campanha” foram apenas alguns dos comentários que vieram à tona. O Burger King justificou, em nota, que a campanha intitulada “Exagero” foi concebida para entreter seu público com trocadilhos. Além disso, destacou que a maioria desse público tem mais de 18 anos.
Mas apesar disso, o BK ainda possui um público composto por crianças e adolescentes na sua base. E ainda que o comercial tenha sido desenvolvido para alcançar um público mais adulto, estes também não viram a iniciativa como algo positivo.
O Burger King teve que voltar atrás, retirar os vídeos de circulação e pedir desculpas, demonstrando um reconhecimento da responsabilidade social e um compromisso em corrigir erros.
Anúncios ofensivos ou insensíveis podem prejudicar gravemente a reputação de uma marca, o que é um grandioso ponto a ser considerado.
A Adidas por exemplo, acabou cometendo uma gafe que não passou em branco. A escolha de palavras da gigante do esporte nesse caso foi extremamente infeliz.
Após a maratona de Boston de 2013, a marca, que é patrocinadora do evento, enviou uma mensagem automática aos participantes. A mensagem dizia: “Parabéns, você sobreviveu à Maratona de Boston!”. No entanto, essa frase motivacional foi interpretada de forma negativa, pois fazia alusão ao atentado a bomba de 2013, que causou a morte de três pessoas durante a maratona. A empresa teve que se desculpar publicamente.
Pedir desculpas de maneira sincera e oportuna pode diminuir danos à imagem da marca e ajudar a restaurar a confiança dos consumidores.
Os consumidores esperam que as marcas sejam autênticas e responsáveis. Quando uma empresa reconhece seus erros e se desculpa, ela demonstra transparência e respeito pelos seus clientes.
Isso pode fortalecer a lealdade dos consumidores, que apreciam a humildade e a responsabilidade corporativa.
Anúncios infelizes e controversos podem levar a boicotes e queda nas vendas, sem contar que produzir e colocar uma campanha para rodar demanda investimento. Pense que perder parte do seu orçamento em uma campanha com teor duvidoso pode fazer a sua marca sentir na pele o preço do retrocesso.
Pedir desculpas rapidamente pode evitar perdas financeiras maiores e mostrar que a empresa está disposta a ouvir e responder às preocupações dos consumidores.
Reconhecer e corrigir erros públicos pode refletir uma cultura interna de responsabilidade e ética dentro da empresa. Isso pode influenciar positivamente os funcionários e parceiros, promovendo um ambiente de trabalho mais consciente e responsável.
Com a crescente influência das redes sociais, qualquer erro pode se tornar viral rapidamente. As marcas são frequentemente chamadas a prestar contas publicamente.
Pedir desculpas nas plataformas apropriadas pode ajudar a controlar a narrativa e demonstrar que a empresa está atenta e responsiva às críticas.
Em alguns casos, anúncios infelizes podem levar a processos legais ou sanções regulatórias. Pedir desculpas e tomar medidas corretivas pode reduzir o risco de consequências legais e demonstrar boa-fé aos reguladores.
Em suma, aprender a pedir desculpas por anúncios infelizes é crucial para a sustentabilidade a longo prazo das marcas, ajudando-as a manter uma relação positiva com a sociedade e com seus consumidores.