em 5 de novembro de 2024
O Brasil é o terceiro país com mais pets no mundo e 81% dos brasileiros consideram seus bichinhos como parte da família. E não à toa, essa é uma grande oportunidade para empreendedores e marcas do setor.
Atrás apenas dos Estados Unidos, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de produtos voltados para o mercado pet.
O tamanho do mercado global de cuidados com animais de estimação foi avaliado em US$ 246 bilhões em 2023 e está projetado para crescer até US$ 427 bilhões até 2032, exibindo um crescimento de 6,45% durante o período previsto, segundo a Fortune Business Insights.
Esse é um meio que tem experimentado um crescimento acelerado nos últimos anos. Imagem: Reprodução/ iStock
Mas o que torna o mercado pet tão estratégico para as marcas? Uma das grandes viradas de chave para esse segmento foi o fenômeno da humanização dos animais de estimação, repleto de apelos emocionais.
Essa tem sido uma das tendências mais fortes no mercado de consumo, com os tutores tratando seus animais de estimação quase como membros da família, o que gera impacto significativo nas categorias de produtos e serviços para o público pet.
Esse processo reflete uma relação afetiva profunda, onde os pets assumem um papel mais próximo de filhos ou companheiros, o que naturalmente gera novas demandas por itens que transcendam os cuidados básicos e alcancem padrões de qualidade, segurança e personalização.
As marcas já perceberam que isso vem acontecendo e tem investido pesado nesse setor. A Crocs, por exemplo, lançou o “Crocs para cachorro”, em parceria com a Barks, conhecida por seus serviços de assinatura mensal para pets, a BarkBox.
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Inspirada no icônico design de seus sapatos humanos, mas feitos em miniatura, os “Crocs para pets” são mais um item de moda divertido para os donos que adoram personalizar seus pets com acessórios inusitados e estilosos.
Esse fenômeno leva a um aumento expressivo no consumo de itens como alimentos premium, roupas, acessórios e até mesmo serviços especializados, como spas e hotéis de luxo para pets.
A Dolce & Gabbana foi outra marca que surpreendeu ao lançar um perfume para o mercado pet, reforçando a tendência de humanização dos animais de estimação e destacando a demanda por produtos de luxo voltados para esse público.
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Em vez de um perfume tradicional para humanos, a marca optou por atender tutores que desejam estender o estilo e sofisticação aos seus pets.
Além disso, cresce a procura por produtos que respeitam dietas específicas e ingredientes naturais, refletindo uma preocupação com o bem-estar e a saúde dos animais semelhante à que os tutores têm em relação a si mesmos.
Também se observam práticas antes raras, como planos de saúde para pets, psicologia animal e sessões de adestramento focadas em bem-estar emocional.
Um estudo da Euromonitor mostrou que a procura por alimentos saudáveis e orgânicos para pets cresceu mais de 20% entre 2020 e 2023. Imagem: Reprodução/ iStock
Segundo a Grand View Research, o mercado global de produtos pet foi avaliado em cerca de US$ 136 bilhões em 2022 e espera-se um crescimento anual de 5,1% até 2030.
Esse aumento é impulsionado em grande parte pela humanização dos animais de estimação e pelo aumento do poder de compra dos consumidores que pertencem às gerações mais jovens.
Essas tendências também se refletem nas redes sociais e na mídia, com marcas investindo em campanhas que destacam o valor emocional dos pets e criam uma conexão direta com os tutores.
O relatório “Pets”, da Opinion Box, revelou insights sobre os hábitos de consumo e a relação das pessoas com seus animais de estimação. Alguns destaques incluem:
Além de ótimas companhias, os bichinhos trazem inúmeros benefícios para a saúde e bem-estar de seus tutores.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Petz, em parceria com o instituto IMO Insights, 88% dos tutores entrevistados consideram o pet como um membro da família. E quase 40% deles afirmam ter o pet entre as cinco coisas mais importantes de sua vida.
O cachorro é o animal favorito dos brasileiros, com 72% de preferência.
Nível de preferência por pets entre o público brasileiro. Imagem: Reprodução/ Mídia Market
A maior parte dos donos de cães compra ração em supermercados (60%) e lojas online (24%), enquanto donos de gatos tendem a preferir rações específicas como Whiskas e Friskies.
Há uma variedade de produtos adquiridos, desde ração e brinquedos até produtos de higiene e medicamentos, com 90% comprando ração e 45% adquirindo produtos de higiene.
Os gastos variam, mas incluem saúde, alimentação e acessórios. Grande parte dos tutores está disposta a gastar consideravelmente com seus pets para garantir seu bem-estar.
A Petiko e a Joy Pet Box, por exemplo, são exemplos de marcas que se destacaram no mercado pet de assinaturas personalizadas, aproveitando o fenômeno da humanização dos animais de estimação.
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Ambas oferecem caixas de assinatura mensal com itens selecionados para pets, como brinquedos, petiscos e acessórios, mas cada uma se diferencia pelo modelo de personalização e pela relação que constroem com seus clientes e pets.
E não para por aí, a linha AuMigos Pets, de O Boticário, que marcou a entrada da empresa no segmento, é outro exemplo do crescente mercado pet.
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Desenvolvida com foco no bem-estar dos pets, a linha inclui shampoos, perfumes e condicionadores formulados especificamente para a pele sensível dos animais e com ingredientes naturais.
A maioria dos tutores adota seus pets (51%), refletindo um aumento na conscientização sobre a adoção animal e uma mudança de mentalidade em relação à compra de animais.
O “Adotar é Tudo de Bom”, da Pedigree, é um exemplo de projeto que promove a adoção de cães abandonados, oferecendo suporte a ONGs e conscientizando sobre a importância do acolhimento responsável de animais.
67% dos entrevistados acreditam que as leis de proteção animal no Brasil são insuficientes e desejam punições mais severas para maus-tratos.
Quando perguntados, os respondentes ressaltaram que se recusam a frequentar lugares que tenham histórico de maltratar animais, além de falarem que seus pets são suas melhores companhias.
81% também se consideram mais felizes por terem um pet, e 68% preferem comprar de empresas que apoiam a causa animal.
Os consumidores estão cada vez mais conscientes e engajados na causa animal, o que representa uma oportunidade crescente para marcas e empreendedores do setor.
