em 5 de julho de 2023
Falar de tendências para o varejo parece até uma realidade distante, afinal, o que o futuro do varejo físico reserva para um mundo cada vez mais digital?
Essa deve ser uma dúvida que assombra a mente de muitos proprietários de lojas físicas, já que nos dois penúltimos anos os lojistas enfrentaram um grande desafio para contornar o fechamento de suas lojas.
Embora a pandemia tenha nos mostrado uma visão sombria em relação ao futuro do varejo físico, e o comércio digital tenha crescido muito, isso não representa o fim dos pontos de vendas como tradicionalmente conhecemos.
Na verdade, o que o futuro guarda para as lojas físicas é a natural convergência dessas, com as lojas virtuais. Os novos hábitos de consumo que surgem a cada dia, têm norteado as decisões que são tomadas pelos lojistas em relação a possíveis mudanças na hora da venda.
Foi pensando no atual cenário do comércio físico, que é repleto de possibilidades, sobretudo pela crescente implementação de ferramentas cada vez mais tecnológicas, que mapeamos 4 tendências para o varejo físico, que ao contrário do que muita gente pensa, não morreu.
A integração multicanal é uma forma de interligar todos os pontos de comunicação da sua loja, integrando os canais físicos e digitais.
A ideia é remover as barreiras de consumo para o usuário, assim, se o consumidor desejar comprar um produto pela internet e retirar na loja, ou escolher a peça presencialmente e optar por receber em casa, ele não encontrará empecilhos durante a transação.
Se ele tiver, por exemplo, alguma dúvida ou desejar resolver alguma pendência, ele pode recorrer tanto aos canais físicos ou digitais, ou até mesmo, a ambos ao mesmo tempo, de forma que o atendimento e a eficiência seja uniforme em todos os canais.
Que a tecnologia é uma grande aliada do ser humano, não temos dúvidas, o que se reflete também na forma como compramos.
Por meio da Inteligência Artificial, por exemplo, é possível coletar dados dos consumidores para oferecer uma melhor experiência de compra nos pontos de vendas.
Assim é possível descobrir quais são os produtos que os clientes passam mais tempo examinando, quais dias da semana são mais visitados pelos consumidores e quais setores da loja são mais procurados. Dessa forma, se um produto está chamando a atenção do público, mas não está convertendo, alguma coisa pode estar errada e talvez você precise optar por uma estratégia diferente.
Ou, se um setor da loja é bastante frequentado, mas não converte em vendas, talvez seja a hora de repensar a comunicação desse ambiente e criar estratégias de vendas e marketing mais eficazes.
Se você tiver uma loja virtual é possível conhecer melhor o perfil de seus clientes com as informações obtidas no cadastro. Assim, você pode unir os sistemas da loja virtual e física para acompanhar a jornada de consumo dele.
70% dos varejistas em todo mundo fazem coleta de dados, mas apenas 30% realizam a análise desses dados, segundo o relatório “Previsões e principais desafios do varejo 2023”, da Macfor.
Os pontos de vendas têm se tornado cada vez mais inteligentes e adaptados aos novos hábitos de consumo.
Uma forte crescente tem sido a de lojas autônomas, em que os clientes podem comprar sem nenhum funcionário. Nesses estabelecimentos não há vendedores e os clientes podem fazer o pagamento por meio de totens, QR code e outras formas de self-checkout.
A Zaitt é um exemplo de loja autônoma que une inteligência e o PDV físico para trazer mais praticidade para o dia a dia do consumidor.
Os caixas de autoatendimento, espelhos inteligentes e computadores/tablets disponíveis para agilizar o processo de busca por determinado produto também são ferramentas que tornam a compra em si mais eficiente.
Por outro lado, as lojas também têm mantido um olhar atento para aquele consumidor que gosta do bom e velho atendimento olho no olho. A Jumbo, por exemplo, que é uma rede de supermercados atuante na Holanda e na Bélgica investiu no chamado “caixa lento”.
A ideia foi manter um caixa físico com uma atendente treinada para conversar com o cliente enquanto embala os produtos e os passa com mais calma.
O que refletiu ser uma boa pedida para o público da terceira idade, que diferente de grande parte dos mais jovens, não vive na correria desenfreada contra o tempo e aprecia esse atendimento mais humanizado.
O consumidor atual não quer consumir apenas por necessidade, mas também pela visão de mundo e princípios que carrega. E essa é uma forte inclinação, principalmente, da Geração Z, formada pelos nascidos entre os anos 1995 e 2010, com características de compra bem peculiares.
Entre essas características está a preocupação com pautas de interesse coletivo, como a responsabilidade das marcas e a preservação ao meio ambiente.
Os pontos de venda físicos são ótimas opções para mostrar graficamente e por meio de iniciativas que a sua empresa está engajada e comprometida com essa vertente. Se isso, é claro, for um real comprometimento seu e não apenas greenwashing (empresas que informam certo teor de material reciclável em seus produtos sem nenhum respaldo dos órgãos de controle).
Essa é uma forma de atrair o interesse da Gen Z para as lojas físicas e se posicionar como uma marca que tem interesse em cuidar dos pilares da sociedade, indo muito além da venda.