A inteligência das coisas é um conceito que une de forma prática a Internet das Coisas (IoT) e a inteligência artificial (IA).
A combinação dessas duas tecnologias é capaz de melhorar as interações homem-máquina e aprimorar o gerenciamento e a análise de dados.
É sobre as diferenças entre ambas, como relacioná-las para obter tarefas mais bem executadas e como inseri-las em sua empresa, que vamos falar nesse artigo. Comecemos então analisando cada uma delas.
A Internet das Coisas é um conceito que se refere à interconexão digital de objetos do nosso cotidiano com a internet.
Incorporados a sensores, softwares e outras tecnologias, ela interliga esses objetos de forma que eles se conectem à internet e possam trocar dados e informações com outros dispositivos.
Mas afinal, que dispositivos são esses? Estamos falando de itens que variam desde os de uso doméstico, aos de uso industrial.
A famosa Alexa, é um exemplo de objeto que está conectado à internet. Hoje em dia, já podemos conectar também outros objetos do cotidiano, como eletrodomésticos, termostatos e babás eletrônicas. Isso torna possível uma comunicação entre pessoas, processos e coisas.
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E não pense que essa é uma realidade distante, afinal, muitos desses objetos estão mais presentes do que nunca na vida das pessoas, como os relógios inteligentes, por exemplo.
Com mais de 7 bilhões de dispositivos conectados hoje, os especialistas esperam que esse número cresça para 10 bilhões de dispositivos até 2020 e 22 bilhões em 2025, segundo a ORACLE.
Por meio da IoT é possível compartilhar e conectar dados com o mínimo de interação humana.
Nesse mundo cada vez mais hiperconectado, os sistemas digitais são capazes de monitorar cada interação entre itens conectados, onde o mundo físico e digital trabalham em conjunto.
Esses dispositivos são capazes de detectar as condições do mundo real e acionam ações para responder de alguma forma.
A campanha acima desenvolvida pela Apple é um exemplo de como os objetos conectados à internet podem ser extremamente úteis em nosso dia a dia. Nesse caso, os relógios inteligentes foram essenciais para seus donos, que se encontravam em situações de risco.
A inteligência artificial é uma inteligência executada por máquinas e sistemas, criada para executar tarefas que são normalmente associadas à inteligência humana.
As tecnologias que fazem parte da IA são o aprendizado de máquina, processamento de conhecimento, hardware de IA, computação evolutiva, processamento de linguagem natural, visão computacional, reconhecimento de fala e planejamento/controle, de acordo com o Escritório de Patentes e Marcas dos Estados Unidos (USPTO).
A Heineken, é um exemplo de empresa que faz uso da IA junto aos dados, para antecipar a cor da cerveja e saber se todos os produtos da marca estão padronizados ou não.
A cervejaria holandesa utiliza a inteligência artificial para entender melhor seus mais de 200.000 clientes através dos dados.
Apesar de possuírem suas diferenças, quando integradas, ambas são capazes de potencializar a atuação uma da outra.
A IoT atua como uma rede que conecta objetos sem fio a fim de detectar, acumular ou transferir dados, sem a interação humana, enquanto a IA ensina máquinas a realizarem tarefas de forma inteligente, assim como os humanos fazem.
Mas sem a inteligência artificial, a IoT é apenas uma tecnologia estática que conecta dispositivos e automatiza a coleta de dados, o que por si só já é uma mão na roda. Agora imagine com a integração a IA, onde se torna possível criar dispositivos com capacidade de processamento, aprendizagem e tomada de decisões.
A IoT é muito vasta. O ex-presidente executivo do Google e da Alphabet, Erich Schmidt, fez uma previsão durante o Fórum Econômico Mundial de 2015, que dizia o seguinte: “a internet irá desaparecer. Haverá tantos endereços IP, tantos dispositivos, tantos sensores, coisas que você está vestindo, coisas que você está interagindo, que você nem sentirá. Fará parte da sua vida o tempo todo”.
Alguns anos depois, a presença da internet pode ser vista na maioria dos lugares para onde olhamos. 90,0% dos domicílios brasileiros já possuem acesso à internet, segundo dados do IBGE.
E quando falamos de uma proporção global, somamos 5 bilhões de usuários que acessam a rede mundial de computadores regularmente, segundo o Digital 2022: Global Overview Report.
O fato é que já podemos ver tanto a IA quanto a IoT em nossas realidades. E embora a integração das duas ainda esteja nesse processo de construção, também podemos ver seus passos.
Os carros inteligentes são bons exemplos disso. A Tesla, empresa automotiva, desenvolveu carros automotivos, que são capazes de dirigir sozinhos. Todos os carros funcionam com recurso de conectividade por meio dos dados móveis e Wi-Fi.
Muitas coisas são consideradas “inteligentes” hoje em dia, porém, apesar de todos esses avanços que são válidos e trouxeram inúmeros benefícios, alguns objetos que conhecemos hoje e são apontados como revolucionários, não conseguem fazer algumas tarefas de forma completamente automática.
Por exemplo, não é possível colocar um smartphone no modo silencioso enquanto o proprietário está dirigindo.
Talvez ele fosse mais inteligente se fosse capaz de reduzir essas distrações enquanto o proprietário dirige, mas isso requer algum tipo de conexão sem fio entre a pessoa, o dispositivo e o automóvel.
Mas como mencionamos, esse é um processo em construção e que já avançou muito com o passar dos anos.
Outro exemplo se refere a linha de produtos ThinQ da LG, que incorpora o aprendizado de máquina e pode ser conectada à Alexa ou ao Google Assistant. O aplicativo ThingQ da LG também pode ser conectado a dispositivos e estes, por sua vez, irão notificá-lo quando for necessário fazer a manutenção.
Nas máquinas de lavar é possível iniciar e parar remotamente o aparelho e verificar seu progresso.
Além disso, você recebe uma notificação quando o ciclo termina, para esvaziar a máquina ou até mesmo pedir para alguém fazer isso.
O ThinQ opera em segundo plano para garantir que seus eletrodomésticos funcionem ininterruptamente da maneira que você precisa, enquanto aprende com suas preferências e estilo de vida.
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Outro exemplo é o sistema de rastreamento de rebanho da HerdDogg, que fixa sensores leves nas orelhas dos animais do rebanho para coletar dados do rebanho e armazená-los na nuvem, onde é possível acessá-los por meio do app da empresa.
A empresa também oferece um drone que acessa a localização GPS dos animais para que seus pecuaristas possam acompanhar remotamente os passos do rebanho.
Em um contexto de monitoramento, por exemplo, é possível integrar os sensores e atuadores de objetos conectados à Internet das Coisas. Esses dispositivos são capazes de coletar uma grande quantidade de dados em tempo real, o que é quase impossível para os seres humanos.
@mundoutopia Visão de uma IA que conta ovelhas e outros animais para agricultores, com 99,7% de precisão. #curiosidades #curioso #fatosdesconhecidos #vocesabia #mundoutopia #incrivel #engenharia #ia #inteligenciaartificial #ovelhas #agricultura #agro ♬ Tropical Paradise – ZydSounds
A inteligência artificial, por sua vez, é utilizada para analisar esses dados, a fim de tomar a melhor decisão possível e gerar serviços mais ágeis e automatizados. Ela ajuda na manutenção preditiva das máquinas, o que pode poupar gastos de reparação às empresas.
Integradas, elas também podem ser utilizadas no campo das casas inteligentes, atuando com os dispositivos dos lares e otimizando tarefas, como o ajuste da temperatura de termostatos, por exemplo, ou o reconhecimento de movimentos estranhos através das câmeras de segurança.
Além disso, elas também possuem o potencial de melhorar os cuidados com a saúde. Dispositivos IoT como wearebles e sensores médicos podem coletar dados sobre a saúde de um paciente, analisa-los através da IA e monitorar sinais precoces de enfermidades e doenças crônicas.
Logo, os principais benefícios da inteligência das coisas são a tomada de decisão com mais clareza, análise preditiva, personalização, redução do tempo de inatividade e maior segurança e proteção, já que algumas ferramentas de inteligência artificial são capazes de identificar o tráfego de redes e identificar ameaças potenciais.
Apesar de tudo isso, a integração de ambas as tecnologias possui seus desafios. Para processar o grande volume de dados gerados gerados pela IOT, é preciso de algoritmos de IA que consigam processar esses dados e realizar análises preditivas sem erros.
Além disso, outro desafio se refere à segurança dos dispositivos IoT, que podem estar sujeitos a ataques cibernéticos.
O grande volume de dados a serem processados, a interoperabilidade entre um dispositivo e outro e o alto custo são alguns dos desafios que precisam ser levados em consideração.
A medida que o número de dispositivos IoT aumenta, o papel da inteligência artificial como aliada, se torna cada vez mais importante.
Uma das aplicações mais promissoras que já mencionamos aqui, é a análise preditiva. Quanto mais esse campo avançar, mais facilidade os algoritmos de IA terão para identificar possíveis problemas. Permitindo que as equipes tomem medidas há tempo hábil de evitar essas situações.
@aristeuduarte_ Robô. Agrícola. Pragas. Lasers. IA. #RobôAgrícola #IA #LasersDePrecisão #AgriculturaSustentável #TecnologiaNoCampo #ReduçãoHerbicidas #InovaçãoAgrícola #PragasZero #AgriculturaDoFuturo #CampoHighTech #hightech ♬ som original – Aristeu Duarte
Na agricultura, por exemplo, dispositivos IoT conectados a IA já estão ajudando agricultores a evitarem o desperdício e melhorarem a rendimento de suas safras.
E no campo da eletricidade, a previsão é que muito em breve elas sejam capazes de identificar padrões de consumo, a fim de reduzir o uso desnecessário de energia e otimizar sua utilização.
Mudanças que já podemos ver em seus passos iniciais hoje, e que em breve se tornarão ainda mais úteis em nosso cotidiano.