Nos últimos anos, o impacto do streaming transformou profundamente a forma como consumimos entretenimento.
Plataformas como Netflix, YouTube, TikTok e Prime Video deixaram de ser alternativas e passaram a ocupar o centro da cultura audiovisual.
O streaming ocupa hoje o centro da cultura audiovisual. Imagem: Reprodução/ iStock
No Brasil, o streaming já representa 20,1 % da audiência domiciliar. 31,6 % incluindo dispositivos móveis, mas a TV linear ainda detém 79,9 %.
Mas o que essa revolução significa para o modelo tradicional de TV, a publicidade e o comportamento do público?
Neste post, exploramos o papel do streaming, a ascensão das plataformas sob demanda, os impactos na publicidade e o que está em jogo na disputa entre conteúdos pagos e gratuitos.
O streaming hoje não é apenas um canal de distribuição. Ele se tornou um modelo de consumo cultural baseado na personalização, na conveniência e na acessibilidade.
A audiência está cada vez mais fragmentada e nichada. Imagem: Reprodução/ iStock
Os algoritmos ajudam a moldar a experiência de cada usuário, enquanto o conteúdo pode ser acessado a qualquer hora e em qualquer dispositivo. Além disso, o streaming reduziu as barreiras entre criadores, marcas e audiência.
Plataformas como YouTube e Twitch permitiram o crescimento de narrativas independentes, nichadas e altamente engajadas – abrindo espaço para formatos mais experimentais e para novos modelos de influência.
Com a explosão das plataformas sob demanda, a lógica da programação linear perdeu força. Hoje, a audiência se dispersa por uma infinidade de opções, e o “grande público” foi substituído por múltiplas comunidades de interesse.
A audiência está cada vez mais fragmentada e nichada. Imagem: Reprodução/ iStock
Essa fragmentação mudou a forma como medimos sucesso: mais do que audiência total, agora se observa tempo de tela, retenção, engajamento e impacto cultural.
Conteúdos nichados, bem direcionados e com identidade clara ganham cada vez mais relevância nesse novo cenário.
A publicidade tradicional baseada em interrupção e grandes intervalos comerciais cedeu espaço para modelos mais integrados e personalizados.
A TV conectada (CTV) e os formatos com anúncios embutidos em plataformas de streaming (AVOD) crescem cada dia mais com a promessa de entregar campanhas mais eficientes e segmentadas.
TV e streaming coexistem e se retroalimentam no Brasil. Imagem: Reprodução/ iStock
Ao mesmo tempo, marcas passaram a investir em narrativas próprias, branded content, patrocínios e experiências multiplataforma, abandonando o modelo de campanhas de massa em favor de estratégias que criam vínculos mais duradouros com seus públicos.
A “guerra das assinaturas” chegou a um ponto de saturação. Diante da multiplicação de plataformas e custos mensais, muitos consumidores estão reavaliando o quanto estão dispostos a pagar.
Como resposta, crescem os modelos gratuitos com anúncios (AVOD) e os canais de streaming gratuitos e lineares (FAST).
Streaming não é só tecnologia: é comportamento e cultura. Imagem: Reprodução/ iStock
Isso indica que o futuro do entretenimento será híbrido. Plataformas devem combinar diferentes modelos de monetização, assinatura, publicidade, conteúdos premium e experiências exclusivas para atender a diferentes perfis de público e momentos de consumo.
O futuro do entretenimento será definido pela convergência entre dados, criatividade e experiência. Devemos ver:
Um ecossistema de mídia cada vez mais conectado ao e-commerce, à música, ao live streaming e à cultura digital como um todo
Se antes a televisão era uma janela, hoje o entretenimento é um universo inteiro moldado pelo comportamento das pessoas, pelas tecnologias disponíveis e pelas infinitas formas de contar uma boa história.
O entretenimento deixa de ser janela e vira ecossistema. Imagem: Reprodução/ iStock
As plataformas de streaming estão recorrendo a “produção e diversificação de conteúdo, direitos exclusivos, publicidade, pacotes por níveis” para competir, mostrando que herdaram muito da estrutura da TV tradicional.
43,1 % dos lares brasileiros usam streaming, mas 95,3 % também assistem à TV, além de 93,1 % verem TV aberta, demonstrando forte coexistência.
A TV linear vem reinventando seu papel com conteúdo ao vivo e interativo, seja o jornalismo, eventos esportivos, “segunda tela”, ou buscando urgência e emoção que o streaming ainda não replica totalmente.
Séries como Young Sheldon, por exemplo, têm público dividido ao meio entre TV linear e streaming, mostrando que as plataformas se alimentam mutuamente.