em 11 de abril de 2025
Sabe quando você faz uma pesquisa no Google e ele te mostra algumas sugestões de respostas geradas por inteligência artificial? Essas são as chamadas “visões gerais de IA”.
As respostas oferecidas como visões gerais até parecem comuns à primeira vista, mas logo é possível perceber que não é bem isso.
Esse é um recurso do Google que usa inteligência artificial para resumir informações que sejam referentes a algum tópico.
Exemplo de resultado de busca apresentado pela visão geral criada po IA no Google. IMagem: Reprodução/ Google
Através de uma curadoria, ele reúne tudo aquilo que é considerado mais útil para o usuário, de forma que ele consiga sanar sua pesquisa sem abrir nenhum conteúdo.
Ao final de cada tópico há um link que leva para a página da qual a IA coletou a informação prestada para o usuário.
Atualmente o Google processa cerca de 5 trilhões de pesquisas por ano, e cada vez mais resultados gerados por IA tem aparecido para o público, e isso está mudando drasticamente a forma como os usuários acessam conteúdos online.
Agora as visões gerais de IA aparecem em 42,5% dos resultados de pesquisa. Aumento esse que está correlacionado com a queda nas taxas de cliques (CTR) para consultas informativas.
A expansão das visões gerais criadas por IA do Google estão relacionadas à queda nas taxas de cliques para consultas informativas. Imagem: Reprodução/ iStock
Com esse crescimento, especialmente nas buscas informativas, consultas com termos como “o quê”, “quando”, “onde” e “como” registraram uma redução combinada de 7,31 pontos percentuais nas quatro primeiras posições em desktop, indicando que os usuários estão interagindo menos com os links tradicionais.
A tendência afetou diversos setores. A área de ciências teve o maior declínio, com queda de 6,03 pontos percentuais nas primeiras posições e uma baixa de quase 38% na demanda de busca.
No segmento de carreiras, mesmo com o interesse triplicando (+334,36%), as principais posições perderam 4,34 pontos em CTR.
A experiência de busca está passando por uma transformação. Imagem: Reprodução/ iStock
Já em compras, a alta demanda gerada pela temporada de fim de ano não impediu a queda no engajamento dos resultados melhor posicionados, tanto em desktop quanto em mobile.
O setor de educação apresentou um cenário misto: o primeiro resultado ganhou visibilidade, mas as posições seguintes perderam cliques mesmo com aumento no volume de buscas.
Entre os poucos setores com desempenho positivo estão negócios, estilo e moda, que conseguiram crescer tanto em demanda quanto em CTR.
No quarto trimestre do último ano, quase 43% das buscas incluíam uma visão geral de IA, um crescimento de quase 9% em relação ao trimestre anterior.
Isso significa que, cada vez mais, através das visões gerais criadas por IA, o usuário encontra a resposta diretamente no Google, sem precisar visitar nenhum outro site.
O resultado? Quedas significativas nas taxas de cliques, especialmente em buscas com intenção informativa. Em outras palavras: estar no topo do Google não garante mais os mesmos resultados de antes.
Pesquisas mostram que ferramentas de busca com IA chegam a gerar 96% menos tráfego de referência do que a busca tradicional do Google. Ou seja, mesmo que seu conteúdo apareça como fonte, é pouco provável que o usuário clique para ler mais.
Além disso, muitos rastreadores de inteligência artificial estão extraindo conteúdos da web sem dar os devidos créditos, o que não só compromete a autoria, como aumenta os custos de servidor para os sites que publicam esses materiais.
O Google está integrando respostas de IA diretamente na busca. Imagem: Reprodução/ iStock
A Gartner prevê que a busca com IA pode causar uma queda de até 25% no tráfego dos sites já no próximo ano. Isso deve mudar radicalmente a maneira como conteúdos são descobertos e acessados.
E o Google está acelerando esse processo: o buscador foi flagrado testando uma nova experiência de busca baseada inteiramente em IA, sem links tradicionais.
O avanço da IA nas buscas obriga marcas a reverem suas estratégias. Imagem: Reprodução/ iStock
O chamado “modo IA” entrega respostas completas direto na página de busca, eliminando a necessidade de acessar outras fontes.
Mas o próprio Google reconhece que as visões gerais criadas por IA podem formar opiniões próprias durante o processo de desenvolvimento, e que a precisão das respostas ainda é uma preocupação.
Esse cenário representa um risco tanto para empresas, que dependem de tráfego orgânico, quanto para os usuários, que podem receber informações incorretas ou enviesadas.
Apesar de todas essas mudanças, um estudo recente de Rand Fishkin apontou que a maioria das pessoas usa, e muito, o Google de forma tradicional.
A experiência de busca está passando por uma transformação. Imagem: Repodução/ iStock
O que significa que, dependendo do seu público e do seu setor, talvez você ainda não sinta os impactos de forma tão imediata.
Mas vale o alerta: é hora de repensar estratégias de conteúdo, diversificar canais e acompanhar de perto os próximos movimentos da busca por IA.