em 7 de junho de 2022
O comércio varejista eletrônico cresceu muito na última década com números que foram muito além do esperado. O comportamento dos consumidores mudou e o faturamento das vendas online chegou a superar os shoppings brasileiros, em certo momento.
Outras formas de relacionamento surgiram ao longo dos anos, e a internet foi o meio para isso. A pandemia acelerou ainda mais esses aspectos: videochamadas, lives e vídeos curtos foram algumas das formas de interações que ajudaram a aproximar as pessoas umas das outras. Essa “hiperconexão” acabou atingindo outros aspectos da vida das pessoas.
A sociedade, as relações e as formas de trabalho mudaram, e claro que os modos de consumo também. O e-commerce ganhou os holofotes. Principalmente o comércio voltado para a indústria têxtil, de calçados, de cosméticos e eletroeletrônicos. Mas, não foi só o consumo de bens secundários que deslanchou. O consumo de serviços de bens essenciais também se destacou – as compras online em supermercados e farmácias dispararam durante a pandemia.
Tudo isso movimentou a forma como as empresas vendiam e muitas adaptações e inovações aconteceram nesse período – o uso de chatbots, provadores online, entregas em casa, transmissões ao vivo e diversas outras.
Os negócios que não estavam inseridos no universo digital, mudaram suas estratégias ou assistiram a empresas do mesmo segmento darem saltos em performance.
Elencamos seis tendências de vendas online que vieram para ficar. Para ajudar você e outros varejistas a planejarem suas estratégias e aumentarem o número de vendas.
Essa tendência já passou a ser uma realidade em uma série de empresas, por conta da adesão do público. A previsão é de que se torne comum para a maioria dos comércios varejistas online. A parceria entre uma empresa e várias transportadoras para o carregamento de produtos.
As vantagens dessa colaboração são inúmeras, mas a principal é: a garantia de que seu cliente poderá escolher a melhor opção para ele. Essa possibilidade de entrega é boa tanto para quem vende, como para quem compra.
Se por um lado, o consumidor pode escolher qual transportadora ele mais confia e qual o melhor custo-benefício para sua região, do outro, a empresa ganha a credibilidade daquele cliente e sua preferência.
Outra característica percebida é que na hora de comprar, os consumidores têm se tornado mais flexíveis em relação ao produto final, por conta do imediatismo.
Motivados pelo receio da falta de insumos, que acarreta em atrasos, os consumidores têm deixado suas opções em aberto. Por exemplo, se uma mochila de cor vermelha está com o estoque baixo, o consumidor opta pela mesma mochila, mas de uma outra cor que não esteja a ponto de esgotar. Assim, o cliente garante a compra daquele determinado produto e o varejista garante a venda.
O foco da compra passa a estar no produto em si e no tempo que ele vai levar para chegar até você, e não nas particularidades dele, como sua cor, por exemplo.
Outra crescente percebida é que os clientes de ecommerce estão comprando cada vez mais produtos unitários em maior quantidade. Eles preferem agrupar vários itens em seus carrinhos de compra, e fazer o pedido de todos eles juntos, a fim de recebê-los de uma só vez.
Antes, ao comprarmos um produto, ficávamos contando os dias para receber o tão sonhado pacote, sem grandes possibilidades de atualização sobre os itens. Já hoje, é possível fazer um pedido e recebê-lo no mesmo dia, enquanto acompanhamos em tempo real por qual etapa de transferência o produto está passando.
E nesse campo do tempo real, os canais de comunicação que ligam as empresas e o público precisam estar cada vez mais alinhados. Perceber falhas e responder de forma ágil é parte fundamental do trabalho de quem vende online.
A omnicanalidade, é a chave para o futuro da experiência do consumidor. O omnichannel é uma forma de integrar todos os canais de comunicação de uma empresa, visando remover uma série de barreiras entre ela e seus clientes.
Essas barreiras podem ser o horário de funcionamento, a localização geográfica da empresa, a dificuldade de entrar em contato com ela por um canal específico, ou qualquer outro impedimento. Ou seja, por meio da omnicanalidade o cliente pode resolver algum problema ou pedir alguma informação por meio de qual canal preferir. Seja de maneira offline, indo até a loja pessoalmente, seja no meio online, ou até mesmo se preferir, nos dois meios ao mesmo tempo.
A omnicanalidade deve garantir que todos esses canais sejam eficientes de maneira igualitária, além de estarem sintonizados entre si. Esse é seu grande diferencial, os multicanais de uma empresa atuando como um elo, em uniformidade.
O phygital, como o nome já diz, é a junção do “físico” com o “digital”. Sua proposta é unir esses dois universos, integrando as experiências digitais às presenciais. A ideia é apagar a demarcação que existe entre o que é físico e o que é digital, oferecendo uma experiência única para o consumidor.
Por exemplo, é muito bom pedir tacos por meio do delivery, não é mesmo? É rápido, prático e confortável, afinal você faz tudo da sua casa. Mas, ir até uma lanchonete temática especializada em comida mexicana, onde você e sua família já serão recebidos por uma banda tocando alguma música mexicana e colocando sombreiros em suas cabeças, não tem preço, não é?
Nós estamos acostumados com todos os benefícios do online, mas por outro lado, gostamos das experiências reais, afinal somos seres analógicos. E o phygital visa justamente levar para dentro do espaço físico, recursos do espaço digital, unindo as experiências palpáveis às tecnológicas. Essa realidade já está presente entre nós, e alguns recursos que estão sendo explorados são o uso de QR codes, inteligência artificial, desafios online que integrem o uso do smartphone com o ambiente físico, espaços instagramáveis, e muito mais.
Um bom exemplo de tecnologia phygital aplicada é o da Amazon Go, que é uma rede de lojas de conveniência administrada pela Amazon. Ela possui lojas físicas no Reino Unido e nos Estados Unidos. O grande diferencial dessas lojas é que elas não possuem operadores de caixa. Ao entrar na loja você pode escolher se vai usar a tecnologia “Just Walk Out” (“Apenas saia”, em português) que detecta por meio de um rastreador quando um produto é retirado da prateleira e quando ele é devolvido. Ao sair da loja com o produto na mão, ele é pago automaticamente por uma das formas que você escolheu na entrada do estabelecimento e você recebe um recibo virtual.
O Live commerce é uma evolução chinesa do modelo de canal de televisão com vendas, que existe há décadas. O formato foi acelerado pela pandemia e está mais forte do que nunca.
O grande diferencial do live commerce, é que ele humaniza as vendas online, fazendo com que o cliente possa ter uma experiência mais próxima do real o possível, sem sair de casa. O contato direto do consumidor com o vendedor, facilita a tomada de decisão, já que o cliente consegue ter todas as informações necessárias sobre um produto ou serviço.
Por meio dessa vitrine virtual, os consumidores de todas as partes do mundo podem ter uma dimensão mais concreta do seu produto. E podem fazer perguntas para os vendedores ao vivo, sobre as formas de pagamento, disponibilidade em estoque, descontos e muito mais, como se você estivesse falando com o atendente pessoalmente, mas no conforto da sua casa.
No Brasil grandes empresas de comércio varejista online como a Americanas, Magalu, Amazon, Chili Beans e Farm tem investido nesse mercado e alcançado resultados satisfatórios. As lives também são ferramentas de impacto em datas específicas, como a Black Friday, por exemplo.
Há muitas maneiras de alcançar excelentes resultados por meio do live commerce. Uma das formas utilizadas pelas empresas é o marketing de influência. Muitas marcas convidam personalidades para impulsionar ainda mais as lives e garantir maior interatividade com o consumidor.
Entender que mudanças são constantes na sociedade, é essencial para as empresas. No comércio varejista não é diferente, já que ele é feito de pessoas para outras pessoas.
É preciso estar atento as tendências que despontam para não ficar para trás. Mas, sempre considere que nem todas as opções oferecidas pelo mercado vão se enquadrar na sua estratégia de captação, mas outras vão. Você precisa ser criativo, ousado e levar em consideração seu nicho de mercado e o perfil do seu público.