Por que o fortalecimento de marca voltou a ser prioridade?

Fortalecimento de marca é prioridade para 72% dos profissionais. Descubra os dados e tendências que explicam essa mudança.

Ane Lima

em 29 de abril de 2025

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    Em meio a pressões por resultados imediatos, métricas de performance e um turbilhão de inovações tecnológicas, um movimento chama atenção no cenário do marketing brasileiro: o fortalecimento de marca voltou ao centro das decisões estratégicas.

    Os dados revelam que, em 2025, a construção de marca passou a ser prioridade absoluta para profissionais da área, uma mudança importante no foco que dominou os últimos anos.

    Uma mulher asiática e um homem barbado estão de frente conversando. Ela segura um papel e à sua frente está um Macbook fechado. Eles estão conversando sobre fortalecimento de marca.

    O fortalecimento de marca voltou ao centro do marketing em 2025. Imagem: Reprodução/ iStock

    É o que mostra o novo estudo Marketing Shots, realizado pela Faster em parceria com a Exame, Growth Insight e o #M15.

    72% dos profissionais estão focados no fortalecimento de marca

    Segundo o estudo, 72% dos profissionais afirmam que o principal objetivo de investimento em 2025 é “fortalecer a presença da marca e a autoridade no mercado”.

    E esse foco não aparece só no discurso: ele se espalha por todas as frentes de atuação analisadas.

    Veja como o reconhecimento de marca lidera entre os canais:

    • Redes sociais: 42% priorizam o reconhecimento de marca  
    • Mídia paga: 39% querem fortalecer a marca  
    • Eventos: 36% miram na construção de autoridade  
    • Conteúdo: 36% apostam no reconhecimento  
    • SEO: 34% colocam a marca em primeiro plano  
    Tabela de objetivos de fortalecimento de marca de diferentes canais.

    Cada canal possui uma série de objetivos, mas o fortalecimento de marca está em primeiro em todos eles. Reprodução/ #M15

    Enquanto isso, tendências como brandformance e inteligência artificial dividem o topo do ranking (ambas com 58%). Ou seja, performance e tecnologia continuam fortes no jogo, mas o protagonismo da marca foi retomado.

    Um novo velho desafio: quem está olhando para isso?

    Um dado curioso do estudo é como a prioridade muda conforme o cargo de quem responde. Profissionais mais próximos da operação tendem a valorizar mais o fortalecimento de marca do que líderes em posições de alta gestão.

    Tabela de objetivo de marketing a partir da visão de diferentes gestões.

    O objetivo de marketing varia quando falamos de diferentes posições dentro de uma empresa. Reprodução/ #M15

    Essa diferença de percepção levanta um ponto importante: será que estamos mesmo colocando a marca no centro da estratégia, ou só reagindo à pressão do dia a dia?

    O descompasso mostra uma tensão que ainda persiste: o marketing quer ser estratégico, mas precisa continuar provando seu valor dentro das empresas.

    Marcas precisam ser reconhecíveis e desejáveis

    No fim das contas, o consumidor escolhe o que ele percebe como melhor para si. E isso passa por presença, reconhecimento e desejo.

    É por isso que precisamos estar visíveis nos canais de mídia e comunicação. Só com share of voice é possível alcançar share of market.

    A teoria de Byron Sharp, amplamente conhecida no marketing, defende que a diferenciação não é tão essencial. O importante, segundo ele, é garantir a disponibilidade mental e física da marca.

    Mulher escolhendo creme corporal na loja.

    Estar na mente do consumidor é tão importante quanto estar na prateleira. Imagem: Reprodução/ iStock

    A disponibilidade mental é a chance de uma marca ser lembrada de forma espontânea pelo consumidor no momento da compra.

    Já a disponibilidade física está relacionada à facilidade com que o consumidor encontra e adquire um produto ou serviço. Isso envolve tanto estar presente em diversos canais de venda quanto garantir boa visibilidade nas prateleiras físicas e nas vitrines digitais.

    Mas essa não é a única visão.

    Um estudo liderado por Koen Pauwels propõe outra abordagem: o que impulsiona o crescimento de uma marca varia conforme seu momento e porte, ou seja, o foco depende do estágio da marca.

    Gráfico que mostra as diferentes prioridades dependendo do tipo de marca.

    O objetivo de marketing varia de acordo com o porte e momento da marca. Reprodução/ #M15

    A pesquisa identificou diferentes prioridades dependendo do tipo de marca:

    • Pequena e emergente: precisa se diferenciar  
    • Pequena e estabelecida: precisa aumentar a visibilidade  
    • Grande e emergente: precisa equilibrar notoriedade, satisfação e diferenciação  
    • Grande e estabelecida: precisa manter a satisfação e reter clientes  

    Ou seja, a pergunta mais importante não é “qual deve ser o foco do marketing?”, mas sim:  

    “Neste momento, para esta marca, o que realmente move o ponteiro?”

    Só com essa clareza o marketing pode assumir o papel que sempre deveria ter: ser um motor estratégico, e não apenas um executor de demandas.

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